O dissídio dos metalúrgicos de Caxias deste ano teve mais um capítulo na manhã desta terça-feira. Em rodada de negociação realizada entre o sindicato dos trabalhadores e o patronal – a quarta desta convenção coletiva –, uma nova proposta foi apresentada pelos representantes dos empresários.
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A sugestão propõe reajuste de 2% a partir de junho deste ano, 4% a partir de janeiro de 2017 e 7% a partir de abril de 2017. O índice incidiria sempre sobre o salário da data-base. Um salário de R$ 1.000, portanto, resultaria em R$ 1.020 a partir de junho (pagamento retroativo), R$ 1.040 a partir de janeiro e R$ 1.070 a partir de abril.
Até então, a proposta do Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico (Simecs) era de 4% a partir de janeiro. Reomar Slaviero, presidente da entidade, acredita que a nova sugestão de reajuste é "um avanço substancial" na negociação.
– De nada adiantaria neste momento levantarmos números irreais que, em pouco tempo, resultariam em ainda mais demissões. Nosso objetivo é preservar não só a renda, mas, antes de tudo, o próprio emprego de todos os trabalhadores – avalia Slaviero.
O Sindicato dos Trabalhadores irá analisar a nova proposta, mas o presidente interino da entidade, Claudecir Monsani, adianta que a avaliação inicial é de que a sugestão é "um desrespeito aos trabalhadores". A classe reivindica a reposição da inflação no período, que é de 9,82%.
– Essa nova proposta joga o reajuste todo para o ano que vem e o trabalhador precisa agora, nesse ano. Os índices dessa forma esmagam a renda da categoria. Os empresários falam que as empresas precisam ganhar competitividade, mas isso não pode vir de forma desumana com os trabalhadores – analisa Monsani.
Essa não é a primeira vez que o impasse perdura no dissídio da principal classe trabalhadora de Caxias. A convenção do ano passado, inclusive, foi uma das mais conturbadas da história e só foi decidida na Justiça, em audiências realizadas no Tribunal Regional do Trabalho (TRT). Os trabalhadores receberam 5% de reajuste até outubro e o restante da inflação da época (3,76%) a partir de novembro. Com data-base em junho, o dissídio só foi finalizado no final de agosto.