Além da retração geral no consumo gerada pela crise, outro fator tem atrapalhado o comércio da Serra nos últimos tempos: a falta de frio. A região é berço de centenas de malharias - mais de 500 apenas associadas ao Fitemasul - que acumulam prejuízos quando as temperaturas custam a cair até mesmo no inverno. Os lojistas, que veem nos itens de inverno produtos com maior valor agregado, também lamentam a ausência do clima frio nos últimos anos.
Em 2016, porém, o cenário deve ser diferente: previsões de institutos meteorológicos indicam que os termômetros cairão ainda no outono. A primavera também promete ser mais fria que o normal, o que indica um período prolongado de temperaturas baixas.
Carla Laís Dallarosa, da Brisa Malhas, lembra que o último ano que fez um inverno intenso e também contínuo foi em 2010:
- Nosso setor precisa deste frio mais rigoroso, já que o brasileiro valoriza mais as malhas com jeito de tricô à mão - ressalta.
Em geral, avalia Nelso Giacomin, das Malhas Gida, o comércio está bastante cauteloso na hora de comprar das indústrias, evitando acumular estoques nas lojas. As expectativas de frio, contudo, devem impulsar a modalidade de pronta-entrega.
O dólar nas alturas é outro ponto que favorece o setor nacional, já que torna as importações mais caras (e pouco viáveis).
Embora seja difícil acreditar em boas vendas com a perda expressiva do poder de compra da população, um inverno mais frio, sem dúvidas, amenizaria os prejuízos do comércio caxiense que registrou queda de quase 30% no ano passado.
Clima
Caixa-Forte: Previsão de frio anima malharias e comércio de Caxias
Expectativa de um inverno rigoroso promete ao menos amenizar prejuízos acumulados
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