O saldo geral de demissões em Caxias tem mostrado mais estabilidade neste ano, após um 2015 com números alarmantes em todos os segmentos. O principal setor da cidade, porém, segue fechando postos de trabalho.
Nos dois primeiros meses do ano, a indústria de Caxias demitiu cerca de 500 pessoas, informa Getulio Fonseca, presidente do Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de Caxias do Sul (Simecs). O número não inclui os trabalhadores da Robertshaw, empresa que fechou na cidade no final de janeiro, porque as rescisões ainda não foram homologadas. Caso contrário, o total chegaria perto de mil vagas a menos somente neste ano.
- A média de 2016 é até mais baixa que a do ano passado, mas 500 demissões em dois meses ainda é muita coisa se considerarmos que já perdemos 14,5 mil postos somando 2014 e 2015 - analisa Fonseca.
A retomada na produção industrial, avalia o executivo, é prevista para o segundo semestre deste ano. Para isso ocorrer, entretanto, as questões políticas do país precisam se normalizar.
Sobrevivendo, mas com dívidas
A queda na produção e nas vendas de Caxias vem gerando um problema que deve se agravar nos próximos meses: a inadimplência das empresas.
Segundo Getulio Fonseca, presidente do Simecs, muitas companhias da cidade não têm conseguido honrar com todas as suas contas.
Tributos municipais, estaduais e federais estão deixando de ser pagos como forma de sobreviver no mercado. Até mesmo algumas rescisões não estão sendo honradas integralmente:
- Isso é uma questão que vai piorar muito a nossa situação e vai ocorrer logo. A inadimplência resultará em muitos passivos, ações judiciais. Vai ficar ainda mais complicado.
Para tentar amenizar a situação, o Simecs pretende buscar, junto a representantes do governo, condições diferenciadas de pagamento para essas dívidas via Programa de Recuperação Fiscal (Refis).