Um relatório de engenharia entregue nesta quarta-feira (17) à Superintendência Regional do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) no RS pode selar o fim da construção da ponte provisória sobre o Rio Caí, entre Caxias do Sul e Nova Petrópolis. A obra, iniciada após a enchente de maio, era encarada como fundamental para retomar a conectividade entre as regiões da Serra e das Hortênsias. A análise final do documento deve ser concluída pela diretoria do Dnit nesta semana, e aí o órgão vai se posicionar sobre a viabilidade de manter a obra.
As cabeceiras para a instalação da ponte metálica foram iniciadas no fim de maio, mas uma cheia em 16 de junho levou parte da estrutura quase pronta. A partir desse fato foi encomendado um estudo para avaliar se o que estava sendo feito era suficiente para suportar a vazão do Caí. A conclusão aponta que o método construtivo não era o mais adequado, sendo necessárias mudanças no projeto.
De acordo com o superintendente regional do Dnit, Hiratan Pinheiro da Silva, a programação inicial era lançar as pedras e concretar depois. No entanto, a dinâmica do local e das cheias do Caí mostraram que isso não é adequado, sendo necessário fazer um muro de concreto e isolamento da área, o que demanda um tempo maior de trabalho.
— Para a gente trabalhar naquele local, como temos que subir construindo um muro de concreto, não podemos ter a água junto. Aí é preciso fazer uma ensecadeira, mas o nível da água tem que estar em dois metros. Entre maio e junho, o rio ficou nesse nível em menos de 12 dias. A gente tem um problema sério, pois o nível da água não deixa fazer o trabalho de maneira rápida. Nós estávamos trabalhando com uma metodologia, mas se viu que vai ter que ser alterada para uma mais complexa, e aí o prazo de execução vai ser mais longo — informa Hiratan.
O aumento do tempo necessário para concluir a ponte provisória coloca o Dnit diante do dilema de manter ou não este projeto. A análise do relatório mostra que o cronograma de execução das cabeceiras está quase equivalente ao cronograma de execução da ponte definitiva. Com isso, o superintendente revela que vai ser preciso analisar se vale a pena continuar com as duas obras:
— Então temos que tomar uma decisão. Não adianta ter duas obras prontas quase que simultaneamente. Se isso for definitivo, com certeza não faz sentido a gente fazer os dois investimentos ali, para terminar no mesmo período.
Hiratan ainda destaca que o andamento dos trabalhos da ponte definitiva está indo mais rápido que o projetado, cumprindo o objetivo de entregar a travessia antes do projetado. De acordo com a última previsão, essa obra deve estar pronta em dezembro.
— A empresa está trabalhando para antecipar e estão andando bem as fundações, e por isso está se trabalhando com essa hipótese — confirma Hiratan.