O desabamento parcial de uma das cabeceiras da ponte provisória do Rio Caí, entre Caxias e Nova Petrópolis, vai provocar um adiamento no cronograma de entrega da obra. A nova cheia registrada no último domingo (16) danificou a estrutura, que precisará ser reconstruída e reforçada, impedindo que a meta de entrega, que era até o final deste mês de junho, seja cumprida.
O superintendente do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) no RS, Hiratan Pinheiro da Silva, afirma que a continuidade do mau tempo é a responsável pela situação. A primeira metade do mês de junho, que teve céu mais claro, até permitiu que os trabalhos avançassem, mas a volta da chuva nos últimos dez dias teve efeito duplamente danoso, pois além de destruir parte do que tinha sido construído, manteve o nível do rio alto, impedindo que as ações de correção pudessem ser feitas.
As ações para recuperação da cabeceira já estão definidas, mas Hiratan pondera que a previsão de que os próximos dias também terão instabilidade deixa o cronograma em aberto. A estrutura vai ser refeita e terá um reforço em pedras e concreto, para prevenir novos danos. O superintendente confia que a nova ação vai solucionar o problema, e lamenta que a cheia do fim de semana passado tenha atingido a obra em um momento vulnerável da execução.
— Faltou a gente colocar uma última camada, das maiores pedras, e por isso rompeu tão rápido. O serviço tinha chegado na cota da altura, e no domingo a gente ia lançar essas pedras maiores, para fazer a proteção, mas aí acabou vindo a chuva, que levou um dos lados. A gente vai voltar a fazer o serviço e incluir algumas etapas de concretagem, para dar uma maior rigidez, mas para fazer isso precisamos que o tempo melhore — esclarece.
Hiratan afirma que, a partir do momento em que a obra seja retomada, são necessárias duas semanas para de trabalho para a conclusão. Como a última semana foi perdida, e a perspectiva para a próxima também não é boa, estima-se, até com certo otimismo, um atraso de 30 dias no que estava previsto para a entrega. Mesmo assim, ele projeta a possiblidade de entregar a ponte provisória ainda em julho:
— Se a gente conseguir duas semanas de trabalho, no mês de julho a gente termina.
Com o problema na cabeceira, a tropa do 9º Batalhão de Engenharia de Combate (9° BE Cmb), que há alguns dias aguardava no local para fazer a montagem da ponte móvel, vai ser parcialmente desmobilizada. De acordo com o capitão Luiz Henrique, responsável pela parte logística da operação no RS, já neste sábado (22) um total de 62 militares retornará para Aquidauana (MS), onde a unidade está sediada.
O capitão informa que ainda ficarão em Caxias do Sul 16 soldados, que serão responsáveis pela segurança das peças da ponte metálica, que já estão ao lado do canteiro de obras. Ele ressalta que o restante da tropa será novamente mobilizado quando houver condições de concluir a montagem.
— Fizemos o desembarque do material, mas como as cabeceiras foram levadas pelo rio, agora cabe ao Dnit e empreiteira refazerem, com estrutura melhorada. Sendo acionados, em três dias já estamos aqui de volta, com o material necessário e nossos veículos, e aí já começamos os trabalhos — informa Luiz Henrique.
Além das questões que envolvem a ponte provisória entre Caxias e Nova Petrópolis, o superintendente do Dnit esteve na região nesta semana para supervisionar outras ações de recuperação. É o caso da ponte definitiva do Rio Caí, onde ele ressaltou os preparativos para demolição da estrutura antiga, que pode ser implodida já na próxima quinta-feira (27).
Já em relação à BR-470, entre Veranópolis e Bento Gonçalves, Hiratan Pinheiro da Silva destacou a liberação gradual de pontos bloqueados, além de trabalhos preventivos em encostas, com instalação de contenções e sistemas de alerta para chuvas e deslizamentos. Apesar dos contratempos trazidos pela chuva recente também nesta via, ele mantém a previsão de que ela possa ser liberada para o tráfego de veículos e caminhões leves ainda neste mês de junho.