Coloco um fado para tocar, olho o sol que se põe e penso: todos queremos viver um grande amor.Suar, sorrir, se emocionar, dizer bagaceirices, cantar, vestir o vestido mais florido, dividir uma garrafa de vinho, trocar livros e impressões, falar da infância, chorar os medos, caminhar em silêncio e sentir-se acolhido. Dê-me uma esperança e eu construo uma casa. São as lágrimas que salvam as pessoas. Não são os médicos nem os comprimidos. Só os condenados dizem a verdade. E nela a transparência dos que sentem falta daquele amor que se foi, que desejam um que nunca veio ou que não sabem como lidar com os olhos em dor do amor presente, mas frágil.

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Não fomos ensinados a amar. Nos apaixonamos, moramos juntos, casamos, mas somos virgens da cintura para cima. Por que amar é poesia,mas é também pedra.Queremos tanto encontrar um amor que seja da cor que mais gostamos, que complete nossas frases, que aceite nossas dores de cabeça, tenha bom humor e seja bom de cama. Idealizamos. Buscamos fórmulas de amor pronto. Geralmente somos egoístas. Exigimos movimentos do outro que ele não consegue fazer, às vezes não quer. Não aceitamos. Não toleramos.Achamos que por que uma chama se acendeu ela deverá manter vivo o relacionamento. Erramos.Quantas vezes? É fim detarde e penso: quantos de nós estão sozinhos agora,mesmo acompanhados?Não sabemos o que é preciso fazer ou como evitar que a chama que nos trouxe até aqui permaneça acesa e iluminando o caminho. Talvez um pouco de intuição, sensibilidade e sorte. Qual os egredo dos casais que são felizes (não os que aparentam)? Talvez prestar atenção no outro. Quem sabe proteger e aceitar ser protegido também. Ajudar e aprendera pedir ajuda. Talvez isso pareça pouco romântico, mas amar é também verbo.

Talvez só consigamos entender como é ter um amor e cuidar dele quando conseguirmos amadurecer. Às vezes isso vem depois de muitas tentativa sou anos de terapia. O futuro precisa ser diferente do passado. Não basta desejar mudar, é preciso mudar. Desfazer-se das expectativas, perceber os limites do outro e aceitar o amor quando ele chegar. E ele pode chegar de repente, invertendo todos os planos, desorganizando nossa agenda,abrindo espaço em nossos preconceitos,sacudindo nossas certezas, limpand oas velhas feridas, nos desafiando a ser felizes. E é preciso coragem para ser feliz.Dias atrás li uma frase que compartilho aqui: quando você decidir viver de verdade, todos os outros também viverão,por que amar é também liberdade.