Ainda sem data para o lançamento do novo edital, a concessão da RS-324, que liga Passo Fundo a Nova Prata, foi tema de audiência pública na Câmara de Vereadores de Passo Fundo nesta terça-feira (30). A proposta foi ouvir as demandas da comunidade e de lideranças regionais sobre melhorias na via.
A previsão é que até o fim de junho a Secretaria Estadual de Parcerias e Concessões (Separ) lance uma consulta pública sobre o tema, informou o titular da pasta, Pedro Capeluppi. Na audiência, ele defendeu que o novo documento seja construído em conjunto com moradores da região.
— A partir dessa escuta da sociedade, vamos voltar para conversar com o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento), que é o nosso estruturador do projeto, para ver como é que a gente pode atender essas principais demandas dentro do contrato de concessão — disse.
Um edital de licitação foi publicado em junho de 2022, mas por divergências de setores, principalmente no que diz respeito à cobrança de pedágio, não foi levado adiante. Agora, a proposta do governo é implementar no trecho o sistema de cobrança free flow. O formato prevê taxar os motoristas em fluxo livre, cobrando pelo quilômetro trafegado.
Para o empresário da área do transporte, Robson Brocco, a preocupação é com o pedágio para caminhões. Ele viajou de Marau a Passo Fundo para reivindicar um valor razoável de cobrança, uma vez que o trajeto faz parte do seu dia a dia.
— Se for uma cobrança por eixos do caminhão, um (veículo) de sete eixos em que seja cobrada a tarifa básica de R$ 7 vai pagar R$ 49 na ida e R$ 49 na volta, fora o combustível. Um valor assim seria absurdo. É preciso chegar em uma tarifa acessível. Além disso, também precisa diminuir o prazo pra entrega da duplicação — pontuou Brocco.
As obras de duplicação da RS-324 entre Passo Fundo e Marau já são previstas no começo da concessão, no entanto o edital estabelece um prazo de até oito anos para a ampliação. A extensão a ser duplicada é de 19,24 quilômetros e inclui o trecho conhecido como curva da morte, no km 201.
O evento também reuniu prefeitos de municípios da Associação de Municípios do Planalto (Ampla) e do Consórcio Intermunicipal da Região do Planalto Médio (Ciplam).