Alternativa considerada mais prática e econômica em relação a automóveis e motos a combustão, as scooters elétricas, populares motos elétricas, são vistas diariamente no trânsito de Passo Fundo. Enquanto algumas são mais simples, outras possuem motor mais potente e alcançam velocidade de até 80 km/h. A opção de mobilidade urbana divide as ruas com carros, motocicletas, ônibus e caminhões.
A utilização das motos elétricas possuem orientações da Guarda Municipal de Trânsito. Em Passo Fundo, assim como em outras cidades do país, ainda é aguardada uma legislação específica pelo Conselho Nacional de Trânsito (Contran), segundo o secretário adjunto de Segurança Pública de Passo Fundo e o coordenador da Guarda Municipal de Trânsito, Ruberson Stieven.
O que existe atualmente é a Resolução 947/2022, que dispõe sobre ciclomotores, bicicleta de motor auxiliar e equipamentos obrigatórios na condução nas vias públicas abertas ao trânsito. O desafio, portanto, é conciliar o trânsito das scooters em meio a outros veículos, mesmo sem uma legislação específica, que englobaria questões como habilitação e emplacamento.
— Estamos aguardando uma legislação federal, que deve acontecer nos próximos dias, para disciplinar isso. Nós estamos carentes de legislação. Dependemos disso para fazer adequações e ajustes de acordo com a necessidade local para disciplinar o uso no município. É uma situação extremamente nova, que cresceu na pandemia, com uma explosão de vendas que aconteceu — afirma Stieven.
De acordo com o Departamento de Trânsito do Rio Grande do Sul (Detran-RS), qualquer veículo automotor deve ter registro de trânsito, como emplacamento e licenciamento. O condutor deve possuir autorização para conduzir ciclomotor (ACC) ou ter habilitação na categoria A. Acontece que, sem legislação, a fiscalização acaba limitada.
— Por isso é tão importante ter a legislação, para determinar como devemos fazer. São vários pontos que devem ser apresentados na legislação e que ainda ficam em aberto — completa o coordenador da Guarda Municipal de Trânsito.
As orientações da Guarda Municipal de Trânsito de Passo Fundo são de utilizar equipamentos de segurança, como capacete, luzes noturnas acesas à noite, além de transitar pelas ruas pelo lado direito da via. Além disso, o setor orienta que a moto elétrica não seja utilizada nas ciclovias de Passo Fundo, sobretudo na Avenida Brasil e Avenida Presidente Vargas, para que não tenham contato com pedestres que transitam pelo caminhódromo ou andam de bicicleta no espaço.
— Os patinetes podem usar a ciclovia com velocidade moderada, devem ter o cuidado indispensável a segurança. Hoje temos scooters que chegam a uma velocidade significativa, o que pode tornar perigoso na ciclovia, junto de pedestres e ciclistas que estão passando por ali — explica Stieven.
De acordo com a Guarda de Trânsito, Passo Fundo registrou cinco acidentes com motos elétricas nos últimos dois anos.
Usuários relatam economia
"Utilizo ela para tudo". É assim que o passo-fundense Matheus Moraes dos Santos Borgmann define a sua relação com a scooter elétrica, a qual utiliza como meio de transporte há pouco mais de um ano. Diariamente, ele faz 15 quilômetros por Passo Fundo.
— Desde ir até o mercado fazer comprar até ir e voltar do colégio. Como é elétrica, não tem o alto custo que teria com a gasolina, além da alta autonomia que tem a bateria. Consigo rodar muito com uma carga completa. É uma facilidade tremenda no meu dia a dia — diz.
A moto elétrica de Matheus possui três potências. De acordo com ele, utiliza apenas a primeira, em que consegue alcançar até 80 km/h. A autonomia da moto é de 50 quilômetros.
— Em outras potências, ela chega a ir até mais rápido, só que acaba utilizando mais bateria — explica.
A alternativa de mobilidade urbana não é exclusividade de Passo Fundo. Em Ijuí, no noroeste do Estado, a scooter elétrica é utilizada por toda a família de Sofia Macci Martins.
Economia, facilidade de estacionamento e praticidade são os pontos apresentados como positivos para a jovem. Segundo ela, utilizar a scooter ao invés de automóvel reflete em uma economia de até R$ 500 por mês, dentro da rotina da família.
— Nós adquirimos ela com objetivo de gastar menos gasolina, já que é elétrica e não dá grande diferença na conta de luz ao carregar. É notavelmente mais econômico para nós. Usamos o carro apenas em dias de chuva — pontua.
Lojas revelam interesse da comunidade
GZH Passo Fundo fez contato com duas lojas que vendem o meio de locomoção para todo Brasil. Em média, são vendidas cerca de 15 unidades por mês.
O proprietário de uma das lojas, Jonatam Muller, relata que o produto se "paga" em dois anos e meio. Segundo ele, a média de gasto é de R$ 0,25 por até 50 quilômetros que, na maioria das vezes, é a autonomia da utilização de uma carga de bateria. Na loja de Muller, as motos elétricas variam de R$ 8 mil até R$ 16 mil por unidade.
— Vendemos para todo Brasil, principalmente na região norte do nosso Estado. Estamos abrindo uma filial em Ijuí — declara.
Outro proprietário de loja de scooters em Passo Fundo, Daniel Agostinho de Mattos trabalha com motos elétricas há cinco anos. Segundo ele, as vendas possuem altos e baixos, sobretudo em período de aproximação com o inverno, mas o interesse e a curiosidade da comunidade é grande.
— Nós temos vários clientes que deixam seus carros em casa, mais para usar em viagem, e usam as motos nos dias de rotina. Temos clientes que gastavam mais de mil reais em combustível por mês. Hoje, não gasta nada praticamente. A economia paga a prestação da moto com o tempo — afirma.
GZH Passo Fundo
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