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Apesar de registrar um início de ano violento, Passo Fundo teve redução nos crimes violentos contra a vida como homicídio, feminicídio e latrocínio (roubo seguido de morte). Os primeiros cinco meses de 2023 registraram 26 crimes do tipo, enquanto neste ano o total foi 18 — uma redução de 30%. Os dados foram divulgados na última terça-feira (4) pela Secretaria da Segurança Pública (SSP) do Estado.
O índice é um dos nove que apresentaram diminuição em Passo Fundo dentre 12 indicadores. Entre janeiro e maio de 2024, somente roubo a veículo, delitos com armas e posse de entorpecentes tiveram aumento nos números.
O registro de homicídio, por sua vez, teve redução, apesar do mês de janeiro ter sido o mais violento em sete anos no município. Foram oito crimes violentos contra a vida cometidos no período. À época, as ações de policiamento também foram intensificadas. Desde 2018 Passo Fundo não registrava um início de ano tão violento.
De acordo com o comandante do 3º Regimento de Polícia Montada (3º RPMon), Marcelo Scapin Rovani, a melhora nos indicadores é fruto de operações contínuas e direcionadas.
— Reduzimos muito os indicadores que envolvem a economia popular, que são os furtos de veículo, roubo a pedestre, de celulares, roubo a estabelecimento comercial e arrombamento. A tecnologia é uma aliada, já que a partir de um sistema de dados conseguimos identificar quais ruas e bairros apresentam um maior número de situações anômalas, focando nosso trabalho — destaca.
De acordo com Rovani, o bairro Valinhos apresentou redução significativa nos índices de criminalidade a partir de ações intensivas no local. Atualmente, os bairros Integração, São Luiz Gonzaga e Santa Marta/Donária estão na "mancha de calor", ou seja, têm tido maior demanda das forças de segurança em razão de crimes violentos vinculados ao tráfico de drogas.
Estelionato
Os estelionatos, apesar de apresentarem queda de 2,4%, colocam Passo Fundo como a sexta cidade que mais registrou o crime em 2024. Foram 753 casos, sendo janeiro o mês com a maior parte dos registros: 177. Uma operação deflagrada em maio passado mostrou que criminosos de outros estados costumam vir a Passo Fundo fazer "especialização" no golpe do bilhete, um dos crimes mais comuns na cidade.
Durante e depois da pandemia, os golpes virtuais também se tornaram mais comuns. Assim, criminosos conseguem agir de diferentes formas e com variadas abordagens para tentar coagir as vítimas a transferirem dinheiro ou dados pessoais. Além do conto do bilhete, golpes do cartão clonado, falso sequestro e falso empréstimo também se tornaram populares, tendo idosos como as principais vítimas.
Integração de dados é essencial para coibir crimes, diz Polícia Civil
O delegado regional da Polícia Civil, Adroaldo Schenkel, atribui a redução a um trabalho integrado entre os órgãos de segurança pública. Segundo ele, há uma integração expressiva entre os órgãos de segurança, com reuniões periódicas de avaliação e de definição de ações.
— A Polícia Civil tem intensificado as investigações e a busca de elementos de criminosos já conhecidos na prática dos crimes mais graves. A representação, investigação e repressão a esses elementos de maneira a conseguir deixá-los presos faz com que, obviamente, esses crimes não sejam praticados. Trabalhamos muito com a investigação, inteligência e com a integração, especialmente — reiterou.
Para a delegada Daniela de Oliveira Minetto, titular da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), o objetivo é sempre alcançar a redução dos índices e o recente aumento no efetivo de policiais contribui com a agilidade do trabalho.
— Trabalhamos de forma incessante com as investigações. O aumento expressivo de homicídios em janeiro nos trouxe um alerta e ganhamos aporte de policiais para força-tarefa e também mais dois agentes para completar nosso efetivo, que estava ficando defasado. Essa redução nos dá um fôlego, para que possamos buscar autorias e dar uma maior resposta criminal — reiterou.