Ao menos 14 das 18 doses de vacinas para crianças de até um ano têm cobertura abaixo do ideal em Passo Fundo, no norte do Estado. Os dados são de levantamento do Ministério da Saúde, atualizado nesta terça-feira (10).
A maioria das doses apresenta um alerta na cobertura vacinal, com índices que variam de 90% e 70% de cobertura do público alvo — uma vez que é as metas variam entre 95% e 90%.
A menor cobertura é da vacina contra a febre amarela, voltada a bebês menores de um ano, aplicada em 65,17% do grupo — a meta é de 95%.
Apesar de baixo, o patamar está acima do registrado no ano passado: em 2023, a cidade encerrou o ano com 57,78% desse público vacinado.
Na análise da enfermeira da vigilância epidemiológica do município, Raquel Schwaab, a falta de procura pela dose pode indicar uma despreocupação da população frente o vírus, na falsa impressão de que apenas quem está em área de risco deve tomá-la.
— Essa baixa na cobertura não é de agora, mas tem melhorado bastante. Antigamente não tínhamos risco de transmissão, mas hoje o cenário epidemiológico ambiental é diferente, temos vetores e o pessoal deve se preocupar. A dose está disponível para bebês a partir de nove meses na rede de saúde — comenta Raquel.
Falta de imunização deixa crianças suscetíveis a doenças
A falta de vacinação deixa o corpo mais suscetível à contaminação de doenças graves, podendo levar a complicações sérias e a morte.
Da mesma forma, uma baixa cobertura vacinal da população acarreta no retorno de doenças que antes estavam próximas da erradicação, como aponta a enfermeira responsável pelo laboratório de vacinas do Hospital de Clínicas de Passo Fundo, Iáscara Ferreira:
— Temos notado que doenças que não eram mais preocupantes acabaram retornando e trazendo problemas para a população e para os órgãos de saúde pública, como foi o caso do sarampo, erradicado em 2016 e que retornou para a lista de doenças no Brasil em 2018. Os novos casos de caxumba e coqueluche que tivemos nos últimos anos também são exemplo da falta de vacinação.
No caso das crianças, o calendário de vacinação com as principais proteções começa no nascimento, seguindo a partir dos dois meses de vida, e encerra aos 11 anos. As doses estão disponíveis na rede pública e privada, e cabe aos pais ou responsáveis manter a caderneta atualizada, como ressalta Iáscara:
— A falta de vacinação pode contribuir para o aumento da mortalidade infantil. É de responsabilidade dos pais manter a caderneta atualizada para garantir a proteção contra uma grande quantidade de doenças que podem deixar sequelas graves em seu filho ou até mesmo óbito.
Onde se vacinar em Passo Fundo
A vacinação na rede pública está disponível em todas as Unidades Básicas de Saúde (UBS), Estratégia Saúde da Família (ESF) e Centros de Atenção Integral à Saúde (Cais).
Para garantir a dose, basta procurar uma das salas e apresentar documento de identificação com foto, CPF e cartão do SUS.
Horários de funcionamento:
- Central de Vacinas: de segunda a sexta-feira, das 8h às 18h
- ESF e UBS: de segunda a sexta-feira, das 8h às 11h30 e das 13h às 16h30
- Cais: de segunda a sexta-feira, das 8h às 18, e no sábado, das 8h às 11h