Em Passo Fundo, 11 mil pessoas têm diagnóstico de diabetes. O levantamento, feito com base em cadastros para atendimento médico nas unidades de saúde municipais, mostra que ao menos 5% da população convive com a doença.
Do total, a estimativa é que apenas 4,5 mil estejam em tratamento na rede pública da cidade, conforme acompanhamento da Secretaria Municipal de Saúde feito em setembro. Estes procuraram os serviços para consulta ou retirada de medicamento ao menos uma vez nos últimos seis meses.
Comparado à média nacional, Passo Fundo fica abaixo do percentual da população diabética do Brasil. Conforme dados deste ano da Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas (Vigitel), 7% da população brasileira é diabética, o que representa 16,8 milhões de pessoas.
— A diabetes é uma doença silenciosa, por isso é importante ir atrás do tratamento correto e buscar ajuda profissional se necessário. O certo é não esperar, pois as complicações podem ser sérias — afirmou a médica endocrinologista Paula Stefenon.
No Brasil, 90% dos diabéticos têm diabetes tipo 2, que desenvolve resistência aos efeitos da insulina. O tipo 1 tem diagnóstico mais comum na infância e é causado por uma reação autoimune em que o corpo produz pouca ou nenhuma insulina.
Em ambos, os sintomas são parecidos quando a doença não está sendo tratada. A pessoa pode apresentar muita sede, urina muitas vezes, tontura, visão turva, feridas que não cicatrizam e predisposição a infecção fúngica, urinária e também de pele.
Entre os fatores de risco estão obesidade, falta de atividade física e má alimentação. No caso de mulheres que tiveram diabetes durante a gestação, a médica endocrinologista alerta para o risco aumentado de ter o tipo 2 no futuro, mesmo que os exames estejam normalizados.
— Recomendamos cuidados com a alimentação, uma dieta rica em vegetais, com controle da quantidade de carboidrato e baixo consumo de açúcar. Quanto à atividade física, a OMS recomenda no mínimo 2 horas e meia de exercícios semanais, para ter uma vida saudável — complementa a médica.
Diagnóstico precoce e tratamento evitam complicações
Se não controlada, a diabetes pode levar a uma série de complicações. Aumentam os risco de Acidente Vascular Cerebral (AVC), infarto, adoecimento do rim, dos vasos do olho - quadro que pode levar a cegueira, alteração na circulação das pernas e risco de ter lesões nos pés, podendo levar a amputação.
A doença também está relacionada a gordura no fígado, o pode levar a cirrose e risco de doenças odontologias, até com perda de dentes.
A recomendação para quem possui algum dos fatores de risco ou histórico familiar é realizar os exames de sangue anualmente. Nos demais casos, pode-se testar a cada três anos.
Em Passo Fundo, todas as unidades de saúde estão habilitadas para atender e encaminhar os interessados para atendimento médico. Uma equipe multidisciplinar fará desde a avaliação até o tratamento e manutenção da doença, com entrega de medicamentos, insulinas e fitas para o controle do diabetes.
— O diabético pode ter uma vida tranquila desde que aprenda a conviver com a doença e estabilizá-la no seu dia a dia. Por isso recomendamos que todos busquem atendimento, seja na rede pública ou privada, e façam seu acompanhamento — pontuou a coordenadora municipal de Recuperação e Saúde, Caroline Gosch.