Por Jânio Vital Stefanello, presidente da Coprel
Nos últimos anos, vivenciamos períodos muito desafiadores: enfrentamos uma pandemia, nosso estado do Rio Grande do Sul passou por duas estiagens históricas e, mais recentemente, o excesso de chuvas tem gerado prejuízos e segue impactando principalmente a agricultura, com efeitos em toda a economia. Além disso, temos um cenário internacional político e econômico instável, abalado por duas guerras.
Nesta conjuntura de incertezas, testemunhamos o fortalecimento da atuação e da imagem do cooperativismo. Isso não significa que as cooperativas sejam menos impactadas por crises econômicas e instabilidades de toda ordem. No entanto, o senso comunitário e o espírito de resiliência das organizações cooperativas que, em sua maioria, foram fundadas com o propósito muito forte de superar uma dificuldade ou sanar alguma demanda específica, prevalece no momento de desenvolver alternativas ou resolver problemas.
Historicamente, o cooperativismo encontrou no Rio Grande do Sul um solo fértil para seu desenvolvimento e temos a responsabilidade de manter um sistema cooperativo sólido, representativo e eficaz. No ramo da infraestrutura, as cooperativas gaúchas são referência de qualidade para todo o Brasil. A fundação destas instituições nas décadas de 1960, 1970 e 1980 foi motivada em atender a necessidade por energia elétrica, que não era suprida pelas concessionárias na época.
A Coprel, com 55 anos de atuação, vivenciou inúmeros períodos de incertezas e desafios que colocaram à prova a capacidade da cooperativa de reorganização, planejamento estratégico, visão de futuro e responsabilidade. Nos últimos anos, a cooperativa tem apostado em desenvolver uma cultura de inovação para diversificar as atividades realizadas e ampliar sua atuação, sempre com foco nas áreas que compõem a expertise da cooperativa, ou seja, dentro do ramo do cooperativismo de infraestrutura.
Com esta visão, as unidades de telecomunicações, geração de energia, serviços de Operação e Manutenção de sistemas elétricos complexos como usinas e subestações e, mais recentemente, o ingresso na área de comercialização de energia se unem à essência copreliana, a distribuição de energia elétrica, para oferecer soluções mais completas aos nossos cooperantes.
Os indicadores de desenvolvimento econômico da Coprel comprovam que é possível manter um crescimento responsável e consciente, ainda que os desafios externos nos façam rever projeções, repensar atitudes e nos voltar para as experiências de nossa atuação no cooperativismo para superar as dificuldades. A nossa base organizacional, sustentada por um modelo de governança com a participação dos cooperantes de todas as regiões de atuação levantando ideias, expondo diferentes realidades e demandando ações diversas, também fortalece nossa atuação.
Acredito que o cooperativismo gaúcho é e continuará sendo fundamental para fortalecer social e economicamente nosso estado. Podemos ter a confiança de que as cooperativas continuarão a dedicar sua energia, trabalho e comprometimento para o desenvolvimento das comunidades.
Jânio Vital Stefanello é presidente da Cooperativa Coprel e da Confederação Nacional das Cooperativas de Infraestrutura (Infracoop).