Por Nadja Hartmann, jornalista
Com a saída do vereador Wilson Lill (PSB) da Câmara de Passo Fundo, e sua consequente e inevitável renúncia ao cargo de presidente da Mesa Diretora em 2024, o atual presidente Alberi Grando (MDB) decidiu chamar às pressas, já para esta quarta-feira (16), uma nova eleição para o cargo.
Segundo ele, após consultar a procuradoria e os integrantes da Mesa Diretora, a decisão foi de encaminhar uma solução para a vacância do cargo o quanto antes, até para que o novo presidente tenha tempo de montar a sua equipe e se familiarizar com questões que envolvem a gestão da Casa.
— Como presidente, tenho que tomar decisões e não vejo porque não fazer a eleição agora — afirmou Grando.
Porém, para a oposição, a decisão foi uma estratégia política, uma vez que a Mesa Diretora tinha conhecimento que o líder da oposição, vereador Rodinei Candeia (Republicanos), estaria ausente no dia da eleição.
A vereadora da oposição, Regina Costa (PDT), diz causar muito estranhamento a eleição ser marcada de uma sessão para outra, sem dar o tempo necessário de nem mesmo os vereadores postulantes ao cargo apresentarem suas propostas de gestão.
— A Mesa Diretora deveria primar pela lisura do processo. Temos até o final do ano para fazer a eleição — afirmou a vereadora.
Cartas marcadas
Quanto ao desequilíbrio no número de votos, o presidente destaca que a situação também estará desfalcada na eleição, com a ausência do vereador Nharam Carvalho (União Brasil), que está em viagem. Mesmo assim, sabe-se que é uma eleição praticamente de “cartas marcadas”, com resultado já conhecido.
Apesar dos vereadores Indiomar dos Santos (Solidariedade), Gio Krug (PSD) e Leandro Rosso (Republicanos) terem colocado os seus nomes à disposição, em reunião na manhã de terça-feira (15), o grupo da situação decidiu lançar o nome de Saul Spinelli (PSB) para o cargo de presidente.
Segundo Alberi Grando, o entendimento — que ele não concorda —, é que o cargo é do partido, no caso o PSB, e uma vez que o outro vereador da bancada, Michel Oliveira, abriu mão, consequentemente foi lançado o nome de Saul Spinelli.
Para Rodinei Candeia, líder da oposição, a decisão da base de lançar o nome de Saul faz parte de um movimento político, visando as eleições municipais.
— Não será uma eleição para atender a Câmara como um todo, mas um projeto do Executivo, para legitimar Saul como possível candidato à vice na chapa de Pedro Almeida — afirmou o vereador, que também lamenta o fato da eleição ter sido marcada justamente no dia que estará em Brasília.
Oportunidade
Mesmo sabendo que a votação será “pró forma”, a oposição na tarde desta terça-feira ainda decidia entre os nomes das vereadoras Regina Costa (PDT) ou Ada Munaretto (PL) para disputar o cargo, uma vez que ambas já haviam disputado a presidência na última eleição da Mesa Diretora.
Aliás, esta seria mais uma oportunidade da Câmara de Vereadores de Passo Fundo eleger pela primeira vez uma mulher para presidência da Mesa Diretora, o que, aliás, seria a forma de marcar a legislatura com a maior representação feminina já eleita. Seria, mas não vai ser desta vez.
Anulação
Além do agendamento apressado da votação, a oposição também questiona a decisão de eleger apenas o presidente. No entendimento da vereadora Regina, a eleição anterior deveria ser anulada e todos os cargos entrarem na disputa, até porque o cargo de segundo secretário também está vago, já que o vereador eleito Rafael Colussi assumiu como secretário e foi substituído pelo vereador Edson Nascimento (União Brasil).
Os demais componentes da Mesa eleita em dezembro do ano passado são Luizinho Valendorf (PSDB) na vice-presidência, Janaína Portella (MDB), Leandro Rosso (Republicanos) e Indiomar dos Santos (Solidariedade) como secretários.
Repúdio
E o Legislativo de Passo Fundo aprovou na última segunda-feira (14) uma Moção de Repúdio, de autoria da vereadora Ada Munaretto (PL), contra a decisão do Governo Federal de encerrar o Programa Nacional das Escolas Cívico-Militares.
A moção foi aprovada com apenas um voto contrário, da vereadora Eva Lorenzato (PT). A exceção da vereadora Regina Costa (PDT), que não estava presente, os demais vereadores de partidos considerados mais de centro-esquerda, como o PDT e PSB apoiaram a moção de repúdio da vereadora do PL.
Mobilização
Lideranças de Tapejara lançaram uma mobilização pela pavimentação da ERS-428, que liga o município a Água Santa. Em um encontro na última sexta-feira (11), com a presença do secretário estadual do Trabalho, Gilmar Sossella, e dos deputados estaduais Luciano Silveira (MDB) e Paparico Bacchi (PL), foram traçadas estratégias com o objetivo de viabilizar a pavimentação da rodovia de cerca de 12 quilômetros, considerada essencial para o desenvolvimento regional.
Durante o encontro foram exibidos vídeos com manifestações de apoio do senador Hamilton Mourão e do secretário estadual de Logística e Transportes, Juvir Costella. O vice-governador Gabriel Souza também enviou um ofício de apoio à iniciativa.
De acordo com os prefeitos de Tapejara, Evani Wolf, e de Água Santa, Eduardo Picolotto, o evento foi importante no sentido de sensibilizar o governo do Estado sobre a importância da obra, que vem sendo reivindicada desde 2009.
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