Três a cada 100 residências em Passo Fundo têm a presença do mosquito Aedes aegypti, o vetor da dengue. O dado é do primeiro Levantamento Rápido de Índices para Aedes aegypti (LIRAa) do ano, realizado pelo Núcleo de Vigilância Ambiental entre 8 e 12 de janeiro.
Isso significa dizer que, dos 106 mil imóveis no município, 3.180 possuem foco do mosquito. O número dobrou em relação ao último levantamento, realizado em outubro do ano passado. À época, a presença do mosquito aparecia em 1,5 casas a cada cem.
A prevalência indica risco médio para epidemia de dengue. Além disso, o índice é o maior já registrado para o mês de janeiro desde 2015 e é considerado alto para a época do ano.
— É um índice diferenciado para a época, nunca tivemos esse percentual antes. A gente fica preocupado porque o mosquito está aí, precisamos mais uma vez da conscientização da população para remover a água parada das residências. E a tendência de agora até final de junho é de aumento desse número — pontua a chefe do Núcleo, Ivânia Silvestrin.
No momento, Passo Fundo tem 17 casos de dengue em investigação, conforme atualização da Secretaria Estadual da Saúde desta quarta-feira (17). A incidência é de 8,3 notificações a cada 100 mil habitantes. Até agora, nenhum diagnóstico foi confirmado.
Além da dengue, no início de janeiro a Secretaria Municipal de Saúde divulgou dois casos de moradores de Passo Fundo que tiveram resultado positivo para febre chikungunya, doença que também é transmitida pelo mosquito Aedes aegypti.
O primeiro paciente foi contaminado em outubro do ano passado, mas o resultado só foi divulgado pelo Laboratório Central do Estado (Lacen) no começo de janeiro. O Estado pediu a contraprova e aguarda o resultado de exame para confirmar a presença do vírus no município. Já o segundo teria sido contaminado em viagem ao Pará, o que caracteriza um caso importado da doença.
Em 2023, o cenário da dengue no município foi inédito. Foram 872 resultados positivos e três óbitos pela doença, incluindo de uma criança de 10 anos.
Fiscalização
A Vigilância Ambiental teve reforço no número de agentes de endemia: passou de 30 para 52 funcionários. Os agentes visitam residências em todos os bairros para avaliar se os moradores seguem os protocolos de prevenção contra o mosquito.
Quem tiver possível foco de dengue em casa, como em pneus, vasos ou piscinas com água parada, recebe um prazo para se adequar. Caso não cumpra a determinação, é notificado e pode ser autuado com multa que varia de R$ 300 a R$ 3 mil, dependendo da gravidade da situação.