A representatividade de lideranças dos bairros e vilas de Passo Fundo, no norte do Estado, vem diminuindo nos últimos anos. Dos 96 bairros, apenas 54 tem presidentes de Associações de Moradores, que encaminham as demandas da comunidade junto ao poder público.
Os representantes são voluntários e há dois anos o poder público deixou de subsidiar o vale-transporte, que os auxiliava na locomoção de bairros até a Prefeitura Municipal ou Câmara de Vereadores, conforme explicou o presidente da União das Associações de Moradores de Passo Fundo (Uampaf), Nilso Santa Helena. Ele relata que este era um importante incentivo à participação.
— Também percebemos que muitos desanimaram pela falta de reconhecimento das pessoas por seu trabalho. Além disso, a chapa inteira com 14 lideranças é eleita e só três ou quatro efetivamente trabalham em prol da população, então fica difícil dar conta de toda a demanda.
Nilson diz que é papel do presidente da Associação de Moradores cuidar de sua comunidade, reunir as demandas do bairro, ser o contato principal dos moradores quando surgem imprevistos e problemas em todas as áreas.
— É o líder comunitário que trabalha em defesa da comunidade que ele representa.
Atualmente são 54 associações que contam com diretoria, com um total de 14 membros, sendo os quatro principais o presidente, o vice-presidente e o 1º e 2º tesoureiros. Esses quatro, inclusive, precisam apresentar o alvará de folha-corrida para poder integrar a chapa. Todos que compõem o grupo precisam residir no bairro ao qual desejam ser representantes, com obrigatoriedade de comprovar o endereço.
— Entre as vantagens da liderança no bairro é que o mesmo pode apontar as necessidades e assim receber investimentos, instalação e reforma de espaços como praças, escolas, demandas da área da saúde nas unidades básicas e postos, como reclamações de falta de médicos e problemas em atendimentos. O líder comunitário pode até fiscalizar o que está acontecendo e cobrar para que hajam ações. Ele é fundamental no cotidiano de uma comunidade.
Mensalmente, os líderes comunitários se reúnem para debater as questões pertinentes aos locais onde residem e trocar informações sobre suas ações. A coordenação geral é da Uampaf, que é a principal instituição que recebe as demandas gerais e representa os presidentes em eventos e atividades públicas.
— Temos uma participação expressiva em audiências e reuniões que tratam de temas como abastecimento de água, transporte público, reuniões com o prefeito, debates com a comunidade, essa é nossa função.
Nilson explica que o Conselho Deliberativo (Condel), tem um papel administrativo e que organiza o funcionamento da entidade como um todo.
A reportagem da GZH fez contato com a assessoria da Prefeitura Municipal, para saber sobre o subsídio do vale-transporte aos representantes dos bairros, mas até o final desta edição não obteve retorno.
GZH Passo Fundo
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