O início de 2023 aponta um ano promissor para produtores de suínos no Estado. Nos meses de janeiro e fevereiro o Rio Grande do Sul exportou 39,81 mil toneladas de produtos in natura e processados oriundos da suinocultura. A alta é superior a 24% em relação ao mesmo período de 2022.
A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) confirma que isso já era esperado nas exportações. Até dezembro a projeção é de um crescimento de 10% na venda internacional de produtos de origem suína.
O diretor de mercados da ABPA, Luis Rua, entende que os números devem ser reforçados pelas recentes aberturas de mercados.
— É o caso, por exemplo, das primeiras vendas para o mercado mexicano, que foram fechadas em fevereiro e logo chegarão ao país.
Embora tenha sido exportado 24% a mais de produtos suínos, o preço de venda teve uma margem ainda maior. A receita em dólar no primeiro bimestre foi de US$ 96,31 milhões, valor 43,15% maior que ao mesmo período do ano passado (US$ 67,27 milhões).
Otimismo nas criações de suínos
O bom momento do mercado externo de suínos já é percebido por quem está na base do negócio, os criadores. Em Camargo, no norte do Estado, onde a economia gira em torno da suinocultura, produtores estão otimistas.
Vitorino Filippi tem uma propriedade onde cria cerca de 2.300 suínos e ao longo dos últimos dois anos operou com uma taxa de lucro baixa, ou até, segundo ele, cobrindo praticamente apenas as despesas. Porém, em 2023, o crescimento das vendas para fora do país já surte efeito nos negócios do produtor.
— Esse começo de ano está excelente. A tendência pelo que o pessoal passa pra nós é de que ele se mantenha praticamente todo o ano com um preço bem estável para termos uma lucratividade boa. Nós temos fé, o ano vai ser bom.
Com essa melhoria no mercado da suinocultura, o produtor começa a pensar em ampliação. Para 2024 ele quer tirar do papel o projeto de anos de aumentar o número de animais:
— Não tinha como investir. Não sobrava. Agora a tendência é de sobrar, então vamos fazer o caixa ou procurar um banco para financiar o aumento — destaca o produtor.
Exportação da carne de frango tem redução em fevereiro, mas saldo do ano é positivo
O setor da carne de frango no Estado teve uma queda na quantidade exportada em fevereiro quando comparado ao segundo mês de 2022. Porém, o valor arrecadado das vendas foi superior neste ano.
A exportação de 49,24 mil toneladas em fevereiro representa 12,4% a menos do que o mesmo período do ano passado quando o Estado vendeu mais de 56 mil toneladas para o mercado internacional. Entretanto, o RS arrecadou US$ 102,48 milhões, o que corresponde a 1,9% a mais do que os US$ 100,53 milhões de 2022.
No acumulado do ano, a exportação de carne de frango gaúcha alcançou 113,46 mil toneladas. Quantidade que representa 5,2% a mais do que o total obtido no primeiro bimestre de 2022, com 107,82 mil toneladas.
Em termos de arrecadação, a elevação registrada no primeiro bimestre de 2023 em relação a 2022 foi de 25,62%. Neste ano foram US$ 237,92 milhões, enquanto o ano passado as vendas no RS alcançaram US$ 189,40 milhões.
De acordo com o presidente da ABPA, Ricardo Santin, a demanda pelo produto oriundo do Brasil segue em alta no cenário internacional:
— Neste ano, vimos mercados tradicionais, como China e União Europeia, retomarem protagonismo no desempenho dos embarques de carne de frango do Brasil, indicando uma tendência de comportamento de compras que deve se manter ao longo de 2023 — conta Santin.
GZH Passo Fundo
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