Uma tenda improvisada se tornou a nova sala de aula da Escola Indígena de Ensino Fundamental Adalírio Lima Siqueira, na terra indígena Goj-Júr, em Passo Fundo.
Construída pela própria comunidade em 2022, a instituição original foi interditada em julho após danos estruturais provocados pela chuva, o que fez com que 19 estudantes da educação infantil ao nono ano ficassem sem aula.
Segundo o cacique Jocemar Mariano, a construção da tenda como solução provisória veio depois que a comunidade identificou que os estudantes estavam tendo dificuldade de acompanhar o aprendizado em casa.
No entanto, a instalação deu lugar a outra dificuldade: o calor que o material da tenda, doada pela Defesa Civil do RS para o atendimento emergencial, retém nos dias mais quentes.
— As crianças não conseguem permanecer lá dentro por muito tempo. Nossos alunos precisam voltar a estudar em uma escola apropriada, para que possam ter conforto e vontade de estudar todos os dias — disse o cacique.
A escola entrou no grupo das 21 instituições gaúchas com “alto grau de impacto” no Mapa do Retorno da Secretaria Estadual da Educação (Seduc). Agora, o site de monitoramento mostra que todas as 2.388 escolas do RS voltaram às atividades normalmente.
Questionada, a coordenadora da 7ª Coordenadoria Regional de Educação (7ª CRE), Carine Weber, afirmou que trabalha para resolver a situação.
— Enquanto a reforma da estrutura do telhado da escola não é concluída, a estrutura temporária conta com duas salas de aula. A instalação se deu após amplo diálogo com as lideranças indígenas, que prontamente acolheram a alternativa das tendas — disse.
A escola recebeu R$ 60 mil, pagos em duas parcelas, para a reforma da estrutura da escola. O valor será utilizado assim que a edificação for desinterditada. Enquanto isso não acontece, os alunos seguirão estudando nas tendas.