Seis estudantes de Engenharia Mecânica da Universidade de Passo Fundo (UPF) estão na cidade paulista de São José dos Campos para disputar a 25ª Competição SAE Brasil AeroDesign neste fim de semana (4 e 5). O torneio reúne mais de 200 equipes de todo país que apresentam miniaturas de aeronaves cargueiras construídas do zero.
Os integrantes do projeto trabalham na aeronave há dois anos. Isso por que, muito antes de decolar, o Aerocócus 52, como é chamada a aeronave da equipe, precisou passar por testes teóricos, em laboratório e apresentações para especialistas da competição.
— Nessa competição, 40% é avaliado como nota de projeto e 60% é nota de voo. É um projeto bem extenso onde trabalhamos todos os conceitos de aerodinâmica — conta Alan Bagestan, capitão da equipe e membro do grupo há dois anos.
Depois do processo de aprovação do projeto e comprovação de que ele é capaz de voar com uma carga mínima, os estudantes focaram a atenção na parte prática. O avião que tomará os céus de São José dos Campos teve como base aeronaves construídas para campeonatos de anos anteriores por ex-integrantes do projeto.
Novo motor
De acordo com o professor responsável pelo grupo, Leandro Dorotagliari, uma das novidades deste ano é a troca do motor. Se antes a aeronave contava com propulsão de um motor à combustão, agora os estudantes apostam em um motor elétrico, semelhante ao que é utilizado em drones para agricultura.
— A aeronave apresenta uma motorização elétrica, é controlada por rádio controle, conforme a normativa SAE. É toda construída em madeira balsa, revestida com um plástico de engenharia, que é muito leve e resistente ao escoamento do vento. Além disso, tem vários componentes construídos em impressão 3D — explica o professor, que supervisiona os trabalhos da equipe.
Além de todos os materiais escolhidos para ter um avião mais leve, neste ano os alunos apostam em um diferencial para as asas. Elas têm um formato mais inclinado em relação ao que é tradicionalmente apresentado no evento, o que, segundo o capitão, é um dos fortes do projeto.
— A geometria da asa tem sido um diferencial, uma vez em que boa parte das equipes buscam trabalhar um perfil e uma asa reta. Então, com esse objetivo e testes aplicados através dos nossos cálculos realizados, comprovamos que ela tem uma aerodinâmica de boa sustentação — disse Alan.
Capacidade de carga mais alta
Todo o trabalho de engenharia tem como objetivo aumentar a capacidade de carga do Aerocócus 52. O vencedor da 25ª Competição SAE Brasil AeroDesign será o avião que conseguir decolar, fazer um circuito a 60 metros de altura e pousar sem problemas transportando a maior carga possível.
A expectativa dos alunos através dos testes de voo e cálculos é que durante as três baterias de teste da competição o Aerocócus poderá carregar mais de 10kg. Com isso, o grupo deve terminar entre os primeiros colocados.
A final do campeonato acontece no domingo (5) e o campeão se credencia para a etapa mundial, que acontecerá nos Estados Unidos.