Os mais de 200 profissionais que participaram da assembleia do Centro Municipal de Professores (CMP Sindicato) de Passo Fundo rejeitaram a proposta da prefeitura para o reajuste salarial. O município propôs 6,1% de aumento nos salários em uma única vez, sem parcelamentos, além do ticket alimentação reajustado em 6,1% a partir de março.
Os professores reivindicam o índice de 14,95%, que é o reajuste do piso salarial nacional da categoria. Também foi aprovado o estado de greve, que não altera o calendário de aulas, mas chama a atenção para uma preparação para uma possível paralisação da categoria.
— Optamos por não aceitar esse aumento e esperamos conseguir o índice de 14,95% até o final da negociação —explicou Tiago Machado, um dos dirigentes do CMP Sindicato.
Nesta terça-feira (21), dirigentes do CMP farão uma nova reunião com o Executivo municipal, a partir das 14h, para mais uma rodada de negociações.
De acordo com o CMP, atualmente 400 professores da rede pública municipal estão trabalhando com carga horária duplicada, no chamado regime especial, por contrato anual. O sindicato também afirma que 9,3% da categoria se afastou por questões médicas.
A professora Liane Kirinus, 59 anos, foi diagnosticada com síndrome de "burnout" - uma condição causada pelo estresse e esgotamento físico. Com 36 anos de magistério, ela tirou várias licenças desde que recebeu o diagnóstico, e já ficou afastada da sala de aula por dois meses.
— Além de todos esses problemas de saúde que temos com a sobrecarga de trabalho, a tarefa de educar fica ainda mais árdua em virtude do desrespeito com a nossa categoria — diz Liane.
Executivo ofereceu três propostas até agora
Na semana passada, o município havia proposto 5,6% de reajuste, parcelado em três vezes. Nesta segunda-feira (20), havia oferecido 6,1% também parcelado em três vezes, mas decidiu, a tarde, oferecer a porcentagem em uma única vez. De acordo com o município, a proposta está acima do índice inflacionário IPCA, que fechou em 5,6%.
GZH Passo Fundo
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