O projeto da fábrica de hidrogênio e amônia que será instalada na Universidade de Passo Fundo (UPF) foi apresentado na manhã desta segunda-feira (23). Além da instituição, outras duas fábricas serão instaladas em Tio Hugo e Condor.
O projeto, inédito no Rio Grande do Sul, é uma iniciativa da empresa Begreen Bioenergia e Fertilizantes Sustentáveis, que produz amônia (NH3) e fertilizantes a partir do hidrogênio verde, em parceria com a Associação Tecnoagro, residente do UPF Parque.
Conforme o diretor de operações da Begreen, Luiz Paulo Hauth, o objetivo é que a construção das três unidades aconteça em um ciclo de 20 meses cada, após a obtenção de todas as licenças ambientais necessárias.
— A expectativa, portanto, é que as primeiras plantas possam operar já a partir do primeiro semestre de 2027 — informou Hauth.
Na última semana, a empresa e o governo do Rio Grande do Sul assinaram um memorando de entendimento (MOU) para que as três fábricas possam, ao longo dos próximos três anos.
Dessa forma, haverá o beneficiamento dos incentivos do Programa de Desenvolvimento da Cadeia Produtiva de Hidrogênio do RS e contribuição à agenda de substituição de importação de insumos agrícolas.
Hoje as fábricas de Passo Fundo e Tio Hugo estão em fase de licenciamento ambiental e a de Condor em processo fundiário.
As três unidades somarão investimentos de cerca de R$ 150 milhões e terão produção anual de 8 mil toneladas de amônia anidra.
A previsão é que cerca de 120 empregos diretos sejam gerados no período de construção das três fábricas e outros 30 sejam demandados para a manutenção das unidades. Para isso, a Begreen tem como sócios a Migratio Participações, a Torao Participações e a Pharo Participações.
Foco em pesquisa e qualificação
Em fase de licenciamento ambiental, a planta da UPF ficará junto ao Centro de Extensão e Pesquisa Agropecuária (Cepagro) e deverá produzir 2 mil toneladas ao ano.
Para isso, o acordo prevê bolsas de mestrado, doutorado e iniciação científica, com foco no desenvolvimento de produtos, processos e treinamento de pessoas.
De acordo com a reitora da UPF, Bernadete Dalmolin, a fábrica da UPF será a planta âncora do projeto no Rio Grande do Sul. Dentro da usina, haverão profissionais especializados, mas também serão oferecidas bolsas e estudo para graduação, mestrado e doutorado, onde os alunos da universidade atuarão dentro do projeto.
— Ao mesmo tempo que desenvolvemos novas tecnologias, pesquisaremos, formando, aprofundando e criando novas possibilidades. Um projeto dessa natureza fortalece todos os lados, possibilitando ampliar a produção e criar outras empresas derivadas desses estudos que os próprios alunos farão — completou.
O acordo entre o governo estadual e a Begreen prevê que em todas as três unidades contempladas no MOU o hidrogênio usado na fabricação dos insumos agrícolas seja obtido com o uso de energia renovável, ou seja, será hidrogênio verde (H2V). Também a amônia (NH3) a ser produzida, com a extração do nitrogênio do ar, será baseada em energia renovável.