A cerca de dois anos para a nova usina de etanol de Passo Fundo entrar em operação, começam a se formar os primeiros técnicos em biocombustíveis da cidade.
Esses profissionais poderão atuar nesta ou em outras quatro usinas e esmagadoras de grãos que estão em fase de licença prévia, instalação ou ampliação no Rio Grande do Sul.
Como a tendência é de ampliar a demanda por esses profissionais, a empresa Be8, responsável pelo empreendimento, e a Universidade de Passo Fundo (UPF), desenvolveram o curso Técnico em Biocombustíveis.
A primeira turma teve 30 vagas abertas e logo todas foram preenchidas. As aulas começaram há poucas semanas e devem seguir pelos próximos dois anos. A formatura deve ocorrer próximo a data do início das atividades da usina, em 2026.
O curso vem na esteira da dificuldade do setor em conseguir mão de obra qualificada, como relatou o presidente da B8, Erasmo Battistella.
— O Rio Grande do Sul ainda não produz etanol, então nós lançamos um curso que certamente vai ajudar a formar profissionais para essa usina e também para trabalhar em outros mercados de biocombustível, no caso inclusive do próprio biodiesel — disse.
Quem são os futuros profissionais
Muitos destes alunos são pessoas que buscam mudar a área que trabalham para ingressar no mercado que começa a surgir no RS.
Um exemplo é Anderson Paz, que decidiu entrar no segmento de biocombustíveis para buscar um novo espaço de trabalho.
— Agora eu sinto que eu tenho um caminho, um futuro bem claro, e a gente acaba descobrindo um mundo que não via antes — conta.
Conforme a professora Ana Paula Vaniel, o futuro do setor e a empregabilidade são os fatores que mais atraem interessados:
— A gente acaba convivendo com pessoas de diferentes áreas que estão em busca dessa nova formação. É algo importante, a gente vê uma empresa investindo na formação dos seus futuros funcionários.
As empresas que estão sendo construídas preveem faturamento na casa dos bilhões de reais. Com isso, além dos empregos diretos e indiretos, a economia regional também deve ser beneficiada.
— Se pensarmos que, além de agregar valor por se tratar de indústria, também conseguimos ter retorno do ponto de vista da receita pública por meio dos tributos. É uma forma de criar e agregar valor que conecta diferentes esferas tanto do setor público como produtivas — explicou a economista Cleide Moretto.