A estrutura da Companhia Estadual de Silos e Armazéns (Cesa) de Passo Fundo, no norte gaúcho, foi implodida parcialmente no domingo (11). Os cem quilos de explosivos utilizados na operação derrubaram a torre do meio do prédio, enquanto os silos nas laterais seguem em pé.
Por isso, máquinas com rompedor hidráulico na extremidade — equipamentos que lembram "furadeiras gigantes" — concluirão a demolição na área de 29.515m², que deve receber um centro comercial no futuro.
— Tecnicamente falando, o resultado atendeu todas as nossas expectativas dentre as alternativas que estavam projetadas. Baixada a poeira, entramos em uma etapa seguinte que a gente denomina de “fragmentação mecanizada” — disse o engenheiro de minas Manoel Jorge Diniz Dias, responsável pela implosão.
O processo de fragmentação mecanizada tem o objetivo de deixar o material em condição favorável para a separação do concreto e das ferragens. O ferro retirado das estruturas virará sucata e será reciclado. Já o concreto deve ser aplicado na construção do novo empreendimento que se instalará no terreno, disse o engenheiro.
Ainda no domingo, as equipes deram sequência aos trabalhos na área com a execução da rampa de acesso e da praça de trabalho, que ficará no centro da estrutura. Neste momento, uma máquina e dois caminhões estão atuando na área. Outro maquinário deve chegar ainda nesta segunda-feira (12).
— A expectativa é que antes de setembro a gente conclua essa etapa — pontuou o engenheiro, que também é conhecido como "Manezinho da Implosão".
Estrutura não corre risco de queda, diz engenheiro
Conforme o engenheiro responsável pela implosão, não existe risco dos silos da Cesa desabarem sem o auxílio dos maquinários pois a estrutura está estabilizada. Conforme o responsável, tudo era previsto desde os estudos para a implosão.
— A configuração construtiva dos silos permite que o posicionamento da estrutura fique da forma que conseguimos com a implosão. A implosão do prédio central teve um resultado extraordinário a favor de otimizar as atividades de fragmentação mecanizada e a segregação. Então, com relação à segurança, estamos absolutamente tranquilos — disse.
Segundo Dias, a equipe trabalhou com um grau de dificuldade 8 em uma escala de 5 a 10. Os silos, explicou, são as estruturas mais difíceis de implodir em razão de vínculos internos. Por razões de segurança, esse foi um fator que impediu a demolição completa.
Relatório sismográfico ao qual a reportagem teve acesso mostra que o nível de vibração no entorno das antigas instalações da Cesa ficaram abaixo de 6mm/s (milímetros por segundo). O resultado é menor que os limites permitidos pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) para velocidade de partícula.
Conforme o engenheiro, esses detalhes confirmam a preocupação da operação para que as residências vizinhas à área não sofressem danos causados pelas vibrações decorrentes da implosão.
O contrato com a empresa que lidera os trabalhos de implosão têm duração de três meses. O primeiro já foi dedicado à primeira etapa, com os explosivos. Agora, a expectativa é que a segunda etapa siga por menos de 20 dias.