Lançada nesta sexta-feira (4) em solenidade na sede da empresa Be8, a usina de etanol de Passo Fundo deve ser a de maior escala já construída no Estado. Com licença de operação assinada pelo vice-presidente Geraldo Alckmin, a previsão é que a estrutura comece a operar entre os meses de julho e setembro de 2025.
As obras estão previstas para começar no primeiro trimestre de 2024, com terraplanagem na área localizada na BR-285, no km 316. A unidade industrial será montada em uma área de 80 hectares, que deve conter ainda um posto de combustíveis e um restaurante.
Em projeto 3D, apresentado nesta sexta, é possível visualizar como será a estrutura e a cadeia pelo qual as mais de 565 mil toneladas de cereais serão processadas por ano. A usina deve produzir anualmente até 220 milhões de litros do combustível.
A expectativa da Be8 é gerar 150 empregos diretos e até mil vagas indiretas na fase de obras. Ao todo, o investimento deve chegar a R$ 556 milhões de reais.
A produção do etanol será nas composições anidro (sem água) e hidratado (mais puro, com até 7% de água). Outro composto da usina será o farelo de milho DDGS, que deve chegar a 155 mil toneladas por ano. O subproduto serve como opção de alimentação para bovinos.
Para a geração dos subprodutos, a usina deve processar cerca de 525 mil toneladas de cereais por ano, como trigo, triticale e milho. Depois de pronta, a nova usina espera gerar até 143 empregos diretos e aproximadamente mil indiretos. A expectativa é que as operações comecem em 2025.
De olho nos subprodutos
No lançamento, o presidente da Be8, Erasmo Battistella, também anunciou que a nova usina será pioneira na produção de glúten vital, concentrado proteico em pó obtido a partir da farinha de trigo. O composto é essencial para o enriquecimento de farinhas. Hoje, tanto Brasil quanto América Latina importam 100% do produto.
— A unidade terá capacidade para suprir 100% do mercado gaúcho de glúten vital e trazer muita inovação, empregos e tecnologia para a cidade — afirmou.
Em entrevista à imprensa, Alckmin afirmou que a indústria deve ajudar o agronegócio de toda a região. Segundo ele, o biodiesel está no radar do governo federal para gerar emprego, desenvolvimento e preservação ambiental.
— A mudança climática é um fato e o Brasil é o grande protagonista no combate a essas mudanças. Nosso compromisso agora é com o B13, B14 e B15 [referindo-se à porcentagem de mistura de biodiesel no diesel puro]. Precisamos liderar a inovação — completou o vice-presidente.