A banda Os Monarcas vive o luto da perda de seu fundador Nésio Alves Corrêa, o Gildinho. Ele morreu no sábado (11) aos 82 anos, vítima de câncer. Enquanto ainda estava em tratamento, o músico seguia nos palcos, ao lado dos companheiros de grupo. Ivan Vargas, vocalista dos Monarcas, relembra a importância que o palco tinha para Gildinho.
— Para ele não estar no palco, só se estivesse no hospital mesmo. A vida dele sempre foi a música e ele sempre quis estar junto. Ele respirava música. Acho que para ele era pior ainda estar longe do público e das pessoas que admiram ele, do que estar doente — diz Vargas.
O baterista da banda, Vanclei da Rocha, lembra do artista como uma pessoa que agia com humildade, e incentivava e dava oportunidades a novos talentos.
— Aprendi com ele a dar uma oportunidade para novos talentos. Ele sempre fez isso, inclusive tem o projeto Os Monarcas e Os Novos Talentos. Ele era um cara muito simples, bonachão, amigo de todo mundo, dava atenção para todo mundo — diz Vanclei.
Apesar do luto, a banda planeja seguir honrando a história de Gildinho do jeito que o artista gostava: fazendo música e rodando o Estado.
— Nós acreditamos que ele sempre estará conosco. A história continua. Vamos manter o legado dos Monarcas, desde os mais antigos até os mais novos, compromisso mais firme agora. Teremos a presença dele também nos palcos. A gente vai estar junto! — afirma o vocalista.
A trajetória de Os Monarcas
A história de Os Monarcas começou a tomar corpo em 1967, com a dupla formada pelos irmãos Nesio Alves Corrêa, conhecido como Gildinho, e Francisco Alves Corrêa, o Chiquito.
Em 1972, a dupla passou a ser Os Monarcas. O grupo cresceu em 1976, recebendo os músicos João Argenir dos Santos, Luiz Carlos Lanfredi e Nelson Falkembach.
Mais tarde, uniram-se ao grupo o vocalista Ivan Vargas e Leonir Vargas, com a saída de Chiquito, que fundou o grupo Chiquito e Bordoneio.
O conjunto cresceu no sucesso e no tamanho em 1992, com a chegada de Francisco de Assis Brasil, o Chico Brasil, premiado instrumentista de gaita-ponto. Em 1999, recebeu também o percussionista Vanclei da Rocha.
Dona de uma das carreiras de maior longevidade da música regional do Estado, a banda fez shows por todo o território nacional. Um dos mais emblemáticos álbuns é Identidade Monarca, lançado em 2018, que recebeu o prêmio de melhor disco da música regional naquele ano.