A Escola de Futsal Valentina Olanda Spessotto lançou sua quinta turma na manhã gelada desta terça-feira (4), em Passo Fundo. O projeto inspirado na menina apaixonada por futebol que morreu aos 10 anos de dengue, no ano passado, já atendeu mais de 150 crianças desde ag0sto, quando iniciou as atividades.
A nova turma inclui 22 crianças dos oito aos 12 anos de idade com treinos de futsal nas terças-feiras, das 9h às 11h, no ginásio do Colégio Marista Conceição. O projeto é social, não tem custos para os alunos e oferece os uniformes e lanche ao final das atividades, além de atendimento odontológico e oftalmológico aos alunos por meio de parcerias.
Irmãos, Antoniele e Johnatan Mendes, 9 e 11 anos, foram ao primeiro treino acompanhados da mãe Jocemara. Segundo eles, a animação e expectativa foram tão altas que a dupla teve dificuldades para dormir à noite.
— Estou muito animada. Até pedi para minha mãe comprar um tênis novo. Gosto muito de jogar bola e tô muito contente em fazer parte da escolinha — disse Antoniele.
Laura Gomes, 9, também estava animada com o início das atividades. A empolgação era tanta que ela fez o aquecimento em casa.
— Chutava a bola na parede e tentava adivinhar onde a bola ia para defender. Espero um dia ser a goleira do Real Madrid — relatou ela, que sonha em atuar no gol quando crescer.
A menina foi ao treino acompanhada da mãe, Ana Caroline Gomes, que enalteceu o projeto pelo fato de também acolher meninas.
— Passo Fundo tem essa dificuldade de encontrar locais que acolham meninas. Ela jogava na escola, mas os meninos começaram a excluir e ela parou de jogar. Além do mais, o projeto Valentina se destaca por prezar pela diversão e alegria das crianças e não impõe competição entre elas — disse.
Projeto tem lista de espera
Com menos de um ano de lançamento, a Escola de Futsal Valentina conta com uma lista de espera de aproximadamente 80 crianças. Hoje, as cinco turmas têm cerca de 30 integrantes que treinam cada uma em dia, horário e local específico (saiba como entrar na lista de espera abaixo).
Mãe de Valentina e idealizadora do projeto, Juliana de Quadros ressalta que o projeto não é um mero passatempo e, por isso, busca recursos e parcerias para dar qualidade de vida às crianças participantes.
— Para nós (o projeto) é fundamental para seguir em frente. Quando uma mãe perde um filho precisa recomeçar diariamente, a gente não consegue simplesmente tocar a vida. Então estar junto das crianças, receber um abraço, um sorriso e criar um vínculo com eles, é reconfortante e dá ânimo para seguir em frente — disse.
— A escola fica muito feliz em disponibilizar o espaço para a comunidade como um todo, para que as crianças façam um exercício físico e, em especial, para um projeto tão bacana, nos deixa muito feliz e satisfeito — disse Heitor Daronch, coordenador de atividades complementares do Colégio Marista.
Entre em contato
Para entrar na lista de espera ou ajudar o projeto, entre em contato com a coordenação através do telefone (54) 99165-5245.