A artista marauense Gabrielly Paz produziu por um ano as telas que serão expostas em Santo Domingo, capital da República Dominicana, a partir do dia 25 de outubro. As pinturas surrealistas e de cores vibrantes são o foco da artista que, aos 24 anos, fará sua primeira exposição internacional.
Natural de Marau, ela é formada em Artes Visuais pela Universidade de Passo Fundo (UPF) e dedicava-se à carreira da docência. Em 2020, Gabrielly percebeu que gostaria de expandir seu trabalho para além da educação de arte e mirar em produções autorais.
— Já fiz exposições em Passo Fundo e São Paulo e estive, no ano passado, no Caribe. Lá, fui convidada para expor minhas telas no Centro Cultural Quinta Dominica. Como demoro para fazer a produção, fiquei desde aquela época produzindo — conta a artista.
União de culturas
Com trabalhos que levam de 60 a 70 horas para serem concluídos, Gabrielly produziu uma coleção de 15 obras para a exposição, intitulada De Ponta a Ponta. Na coleção, a jovem quis representar fenômenos como a colonização, folclore, história e arquitetura.
Segundo ela, as semelhanças culturais da América Latina permitem uma produção representativa tanto para o Brasil quanto para a República Dominicana.
— Temos um hibridismo cultural grande em toda a América Latina. Várias lendas e personagens se assemelham, então trabalhei com isso, com paisagismo, história, arquitetura. São 15 obras que falam dos dois países. É quase como se fosse um storytelling, desde a chegada de Colombo, mostro a miscigenação, os animais, as telas vão contando essa história — explica Gabrielly.
Além de uma paixão, a pintura também é o trabalho da artista, que vende uma média de 20% a 30% das obras que expõe nas mostras. As telas, que vão de 1m20cm a 70cm de altura, também podem ser encomendadas.
— Acredito que temos tido mais incentivo a cultura agora, com leis, editais, então acho que a tendência é melhorar muito. A gente (os artistas) quer expor, criar currículo e esse investimento é importante — acrescenta.
Quinta Dominica
O Quinta Dominica fica em uma casa história construída no século XVI e que foi transformada, em 2004, em um centro cultural. O lugar, localizado na Cidade Colonial de Santo Domingo, bairro histórico da capital dominicana, recebe exposições fotográficas, artísticas, palestras, concertos, entre outros eventos.