Atuar em diversas frentes de conservação da natureza, apoiando ações de desenvolvimento e captação de recursos humanos. Este é o objetivo do Laboratório de Manejo da Vida Silvestre da Universidade de Passo Fundo (Lamvis/UPF), que, conforme a Instituição, apresenta grandes resultados em seu primeiro ano de operação.
Como forma de se aproximar da comunidade e fomentar ações de sustentabilidade, o laboratório se dispõe a auxiliar condomínios, prefeituras e secretarias de meio ambiente de municípios da região que necessitem de ações de manejo da vida silvestre. A proposta é melhorar os habitats e os ecossistemas que foram alterados pela ação humana.
A iniciativa conta com a parceria da Floresta Nacional de Passo Fundo, administrada pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e o Projeto Charão/Associação Amigos do Meio Ambiente (AMA). Também são parceiros do projeto o Programa de Pós-Graduação em História (PPGH) e o Programa de Pós-Graduação em Ciências Ambientais (PPGCiamb) da Universidade.
Para o chefe da unidade avançada do ICMBio, Adão Luiz da Costa Güllich, esta é uma grande iniciativa desenvolvida no Planalto Médio do Rio Grande do Sul. A região possui um bioma natural característico da Mata Atlântica, com várias espécies de animais silvestres e de árvores nativas, dentre elas, o pinheiro Araucária, uma árvore ameaçada de extinção e de difícil regeneração natural. A sua semente, o pinhão, é utilizada como alimento por mais de 70 espécies de animais.
– Esse trabalho do laboratório tem todo o empenho e dedicação para a preservação da fauna e da flora local – destaca.
O coordenador do Lamvis/UPF, Jaime Martinez, reforça que as atividades iniciaram em 2022. O primeiro projeto desenvolvido foi o de manejo do ambiente e do ecossistema, com o intuito de melhorar a qualidade do habitat de maneira relativamente rápida. A equipe do laboratório instalou diversas caixas ninho que servem de abrigos para animais.
– Tanto mamíferos como aves utilizam para o seu período de reprodução – ressalta.
Com o apoio do Green Office UPF – que incentiva e financia ações e projetos voltados à sustentabilidade e mudanças climáticas –, o laboratório também desenvolve o projeto “Sequestrando carbono com árvores nativas estratégicas para a fauna silvestre”. Entre as atividades, está o plantio de 400 mudas de Araucárias na Reserva Particular do Patrimônio Natural da Fundação Universidade de Passo Fundo (RPPN/FUPF).
As mudas estão sendo encaminhadas a programas de florescimento, enriquecimento florestal e paisagismo urbano.
– Começamos a propagação dessas sementes. Escolhemos árvores matrizes, dentro de cada espécie, com atributos de qualidade, além de não serem suscetíveis a ataques de insetos, pragas e doenças. Foram plantadas em Passo Fundo, Carazinho e Mato Castelhano – explica.
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Os moradores do condomínio Morada Além do Horizonte estão envolvidos nesta causa. Dez mudas foram plantadas e a expectativa é de que essas árvores cresçam e, no futuro, ajudem a manter preservada a espécie de Araucária.
– Tomei conhecimento do projeto por meio do professor Jaime, que vem seguidamente nos orientando sobre o manejo de árvores nativas – ressalta o síndico e morador do condomínio, Anderson Branco.
Para 2023, o Lamvis/UPF vai iniciar um novo projeto que envolve árvores gigantes. A cada ano, promoverá um concurso com proprietários rurais com o intuito de despertar e estimular esse tipo de plantio. O laboratório vai eleger as 10 maiores árvores de cada espécie, com o objetivo de desenvolver a boa qualidade genética para a fauna silvestre do Planalto Médio.
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