Sete décadas de dedicação ao trabalho religioso movem a irmã Maria Pulquéria, que completa 101 anos de idade nesta sexta-feira (2) em Não-Me-Toque, no norte gaúcho.
Leitora assídua de Zero Hora, a pausa para se atualizar nas notícias já faz parte da rotina da centenária. Depois de tomar café e caminhar na natureza, o tempo é dedicado ao jornal. Uma herança de família, segundo ela.
— Isso eu trago de casa, meu pai tinha negócios com jornal, então desde pequeno todo mundo pegava para ler. Eu gosto de saber da situação política. Também leio sobre aquelas famílias mais pobres e penso como poderia ajudar — contou à reportagem em entrevista por telefone.
Maria Pulquéria nasceu em Tapejara, é licenciada em Pedagogia e exerceu o magistério em muitas unidades da Rede de Educação Notre Dame no país. Ao longo de sua jornada, dedicou 50 anos aos internatos em Passo Fundo, Canoas e Brasília. Hoje ela reside na Casa Betânia, residência das Irmãs idosas da Província da Santa Cruz, em Não-Me-Toque.
As mãos, longes de estarem imóveis, são marcadas pelos 101 anos de história e folheiam cada página do jornal, lendo atentamente página por página. Quando não está na biblioteca, pode ser encontrada na capela da Casa, onde se dedica à oração.
Reconhecida por sua postura firme, ela também é lembrada pelo zelo especial e pelo carinho que dedicava às internas.
— Eu não me sinto velha e, enquanto Deus me der saúde, pretendo fazer tudo sozinha. Até acho que me dão pouco trabalho aqui — conta, bem-humorada.