Ainda no clima do Dia Mundial do Fusca, celebrado no sábado (23), centenas de pessoas se reuniram neste domingo (24) em Passo Fundo, no norte gaúcho, para o 4º VolksDay, evento realizado pelo Passo Fundo Fusca Clube para os apaixonados pelo automobilismo de época.
Inicialmente, o foco do encontro, realizado na Cervejaria Farrapos, na Roselândia, era reunir fuscas e derivados — ou seja, outros veículos com a mesma mecânica do carro produzido pela Volkswagen entre 1938 e 2003. Nesse ano, porém, o evento foi aberto para todos os veículos com mais de 30 anos de idade, independente da marca e modelo.
— É um dia para o pessoal se reunir, se encontrar... A nossa região tem muitos clubes de Fusca e muita gente que gosta de carros mais antigos, então acaba que esses encontros são uma forma de ver os amigos. Quem é de fora vem no nosso (encontro) e nós vamos nos deles, é uma troca — disse Anselmo de Quadros Pires, presidente do Passo Fundo Fusca Clube, que realizou o evento.
Com sol e tempo firme, a entidade estima que pelo menos 150 carros antigos se reuniram no local ao longo do dia. Quem aproveitou para levar o Fusca foi a policial militar Tatiane Santana. Ela tem o veículo há sete anos e, mesmo que já tenha ficado na estrada algumas vezes, não está nos planos abandonar o parceiro de viagens.
— Não troco por nada (risos). Eu sempre gostei de carro antigo por ser pequeno, bonito. Todo mundo diz que carro antigo dá problema, mas também é o único que, se der problema, todo mundo vai ajudar. Onde você precisar sempre vai ter alguém para oferecer uma mão no conserto — conta.
"Máquina de fazer amigos"
A aura do Fusca e outros carros antigos tem a ver com o saudosismo, design, mecânica e tecnologia de outros tempos, mas também com a facilidade de fazer amigos e conhecer pessoas com o amor em comum.
— É uma máquina de fazer amigos. Onde você parar vai surgir alguém para dizer "já viajei com um" ou "meu tio/pai/avô tinha", ou até "já fiquei empenhado", "já ajudei a empurrar" (risos). Isso acaba gerando amizades — disse Anselmo, que hoje concilia o trabalho de técnico em TI com mecânico de Fusca.
Outra unanimidade entre os entrevistados é o apelo que o Fusca e outros carros antigos têm com as crianças: onde quer que passem, é comum despertar a curiosidade dos pequenos. Não por acaso, essa foi a segunda vez que o eletrotécnico Felipe Barbosa levou seu filho, Gustavo, 2 anos, ao VolksDay.
O amor pelo Fusca é tão grande que ele está no processo de restaurar um modelo 1972 azul. Até agora, já gastou R$ 30 mil com a pintura externa e reforma interna do veículo, sem contar a parte mecânica, que é a outra parte do projeto.
— No interior, a gente acaba tendo contato com carros mais antigos e eu fui crescendo querendo ter o meu. O meu projeto é que esse seja o primeiro carro do Gustavo, vou dar quando completar 18 anos — disse ele, que cresceu em Sarandi e hoje vive em Passo Fundo.