Um combustível para motores a diesel que tem a mesma eficiência do petróleo, mas só leva óleo de soja, gorduras animais e óleo de cozinha usado: esse é o BeVant, biodiesel desenvolvido pela Be8 que, agora, tem autorização para ser comercializado.
O aval veio da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) na última quinta (28), após quatro anos do início do desenvolvimento pelos engenheiros da empresa.
O produto é um metil éster bidestilado — ou seja, produzido com as mesmas matérias-primas do biodiesel convencional, como o óleo de soja, mas que passa pela chamada "bidestilação" para se tornar combustível de veículos.
Com o ganho de qualidade e desempenho, o biodiesel é capaz de substituir totalmente o diesel fóssil, o vilão dos gases de efeito estufa. A Be8, que tem sede em Passo Fundo, patenteou a tecnologia no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi).
A partir da autorização da ANP, a empresa já começou a produzir o combustível na planta industrial de Passo Fundo, onde há capacidade de 28 milhões de litros/ano. Ao todo, o investimento foi de R$ 80 milhões.
— Estamos firmando os primeiros contratos de fornecimento, com estimativa de escalar a produção no curto prazo em Passo Fundo, ou ampliando para nossa outra unidade em Marialva, no Paraná — disse o presidente da Be8, Erasmo Battistella.
Como é o biodiesel que substitui o diesel normal
A diferença do biodiesel BeVant é que ele tem maior teor de éster, composto químico encontrado em óleos e gorduras. Dessa forma, o combustível é muito semelhante ao diesel comum, exceto pelo fato de que é produzido com matéria-prima renovável.
Isso faz com que o biodiesel reduza até 50% as emissões de CO2 (dióxido de carbono), 85% a emissão de materiais particulados e em até 90% de fumaça preta.
O produto será vendido diretamente a empresas que tenham planos de descarbonização para suas frotas a diesel.
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