Por Irmã Celassi Dalpiaz, diretora do Colégio Santa Inês
Atualmente, vivemos o alheamento social e político, típico da contemporaneidade, que desafia os educadores; a irresponsabilidade de muitos adultos diante das novas gerações provoca o professor e traz à tona as demandas da realidade brasileira que desafiam a escola. As marcas do tempo e o peso do passado ofuscam as potencialidades intelectuais necessárias ao exame cuidadoso das realidades presentes e representadas no cotidiano escolar.
Com frequência, perguntamo-nos qual é o lugar da escola, tendo em vista que todos parecem saber mais da nossa função do que nós próprios.
Precisamos criar pontes, para que nós e o nosso propósito de transformar possam se encontrar, dando voz à nossa escola e devolvendo a autoridade ao professor
Tendo em vista o papel do educador e da escola, cabe-nos resgatar a dignidade e o respeito por aquilo que fazemos. É fundamental termos consciência da importância daquele que educa e é capaz de fazer emergir no estudante o desejo de aprender, bem como capacidade de sentir-se responsável pelas transformações pessoais e sociais.
A autoridade do professor funda-se na responsabilidade que assume pelo mundo. Diante das crianças e dos jovens, testemunha como se fosse um representante dos habitantes adultos do mundo. Aponta para as realidades e diz: "eis aqui o nosso mundo". Assim, luta contra todas as formas de banalização da educação. Afinal, banalizar a realidade significa respaldar a indiferença.
No entanto, a educação só se sustentará se os educadores não fizerem economia nem da autoridade nem da tradição contida na história. Temos que falar do ontem para crianças e jovens que só pensam no amanhã. Eis a crise: temos que ensinar o que é o mundo aos que querem apenas aprender a arte de bem viver.
Hoje é um dia especial, e uma escola é feita de dias comuns, mas com decisões extraordinárias. Não podemos contentar-nos em ser um expectador, pois é nas pequenas revoluções diárias que construímos oportunidades para o protagonismo. Precisamos criar pontes, para que nós e o nosso propósito de transformar possam se encontrar, dando voz à nossa escola e devolvendo a autoridade ao professor.