Por José Ignacio Cruz Gaitán, psicólogo, mestre em psicoterapia e pesquisador no Centro de Estudos da Família e do Indivíduo (Cefi)
Em nossa sociedade, há uma grande dificuldade em falar sobre o suicídio. Por medo da estigmatização ou de estimular novos casos, há poucos espaços para o debate sobre as causas e as formas de prevenção deste problema. A discussão vem à tona nas campanhas do Setembro Amarelo, muitas vezes de forma superficial.
O suicídio é uma problemática estigmatizada, com múltiplos contextos. Como detectar um comportamento suicida? Como apoiar familiares e amigos, que não sabem como reagir diante da situação, na elaboração do luto? Como devem agir os profissionais da saúde que trabalharam direta ou indiretamente com o paciente? De que forma a imprensa pode abordar o tema de forma educativa e preventiva?
Para diminuir os riscos, precisamos estar abertos a escutar e falar, gerando um ambiente favorável para o cuidado mútuo como sociedade
Precisamos falar sobre o suicídio, escutar com consciência, sem julgamentos, para de fato entender o que está acontecendo, colocando cada resposta no seu contexto. É necessário compreender os sintomas do suicídio dentro da família, da sociedade e da cultura, discutindo os fatores que favorecem o isolamento e a solidão de tantas pessoas no mundo.
Falar sobre o suicídio evita sua estigmatização. Este é um tema complexo e com múltiplas variáveis. Para diminuir os riscos, precisamos estar abertos a escutar e falar, gerando um ambiente favorável para o cuidado mútuo como sociedade. É importante entender o suicídio amplamente, entendendo que somos parte desse contexto e que podemos fazer a diferença e gerar condições para encontrar o entendimento que precisamos.
Cada situação é única, e o apoio profissional é fundamental nesses casos. Ajudar alguém que está enfrentando o comportamento suicida requer empatia, sensibilidade e orientação adequada. Juntos, podemos oferecer suporte e ajudar aqueles que mais precisam. É importante sempre buscar apoio, nos locais especializados de atendimento, e, principalmente, conversar abertamente sobre o tema.