Por Silvana Covatti, deputada estadual (Progressistas)
Tudo começou em 29 de abril. De lá para cá, foram mais de 30 dias de água cobrindo casas, pontes, estradas, 478 municípios afetados, 2 milhões 398 mil pessoas atingidas e 182 vidas perdidas. Mais de 100 dias se passaram; e como manter a esperança no futuro diante de tanta tristeza?
Homens e mulheres saíram de seus lares e vieram para o Estado nos auxiliar
A esperança vem dos voluntários que estiveram e ainda estão à frente dos cuidados, da acolhida e do amparo às vítimas da enchente que assolou o Rio Grande do Sul em maio deste ano.
“Cada vida tem muita história” disse uma voluntária em meio a dezenas de resgates à beira do Guaíba, no começo de maio. E quantas histórias cabem em uma das maiores catástrofes do Rio Grande do Sul? São inúmeras; e muitas delas puderam ser reescritas graças ao trabalho incansável dos nossos voluntários, dos novos heróis farroupilhas deste século, que não pouparam esforços para manter nosso Estado e nosso povo em pé.
Assim como na Revolução Farroupilha, onde tivemos pessoas de diversos lugares em prol de uma causa, durante esses dias de penumbra tivemos e continuamos tendo novos Giuseppes e novas Anitas. Homens e mulheres que saíram de seus lares e vieram aqui para o nosso Estado nos auxiliar.
Pessoas de lugares diferentes, ideologias e crenças diferentes, mas todas com o mesmo propósito: ajudar o próximo. Seja uma pessoa, uma família, cachorros, gatos e até mesmo cavalos. Ninguém ficou para trás.
Tenho certeza de que na memória de cada um existem cenas, sons e cheiros que nunca serão esquecidos; mas acreditem: o impacto da ação de vocês em cada vida que foi salva também não será esquecido.
O Rio Grande do Sul deve a cada um de vocês, voluntários, que não passarão ilesos pela história. Vocês já estão nos registros da história gaúcha. Pelas mãos, braços, ombros, barcos e carros de cada um dos voluntários é que se iniciou a história da reconstrução do Rio Grande.