Aos 252 anos, celebrados ontem, a capital dos gaúchos vê de forma mais clara as vocações que pode explorar para construir um futuro mais próspero e com melhor qualidade de vida para os seus cidadãos nas próximas décadas. Pode-se afirmar que uma parte significativa desse potencial é sintetizada pelo South Summit Brasil, cuja terceira edição foi realizada na semana passada. Trata-se, afinal, de um evento sobre inovação que traz milhares de visitantes para Porto Alegre em uma área histórica e de paisagem natural ímpar.
Solucionar antigos problemas e estimular potencialidades é o caminho lógico para a cidade crescer de forma inclusiva
Estão aí alguns dos principais vetores do progresso para a Capital. A inovação torna-se cada vez mais uma marca local, a partir de um esforço de alguns anos em consolidar a cidade como polo de desenvolvimento de novas soluções tecnológicas. Um marco importante dessa fase foi o surgimento do Pacto Alegre, há cinco anos, que uniu universidades, empresas, poder público e a sociedade civil nesse propósito. Daí surgiram frutos, como o Instituto Caldeira, experiência que também começa a ser replicada no Interior.
O turismo é outra área de potencial. Em especial o de eventos, espalhando benefícios para diversos ramos do comércio e dos serviços. A atração de visitantes, para compromissos ou viagens a lazer, pode ainda tanto se beneficiar como incrementar ainda mais as atividades turísticas em outras regiões. Não só na Serra, a mais conhecida nacionalmente, mas nas demais localidades do Estado, ricas em belezas da natureza e particularidades culturais. Algo como um pacote, uma oportunidade para conhecer mais de um destino como prolongamento de uma viagem.
Mas, para ampliar a capacidade de a Capital receber congressos e fóruns, seria bem-vindo um centro de eventos à altura das necessidades. Este é um dos pontos listados no manifesto da Associação Comercial de Porto Alegre (ACPA) como uma das iniciativas necessárias para alavancar o desenvolvimento do município. Felizmente, há a previsão de um projeto do gênero no trecho 2 da orla do Guaíba, a ser revitalizado com uma parceria público-privada (PPP).
As áreas costeiras, deve-se reconhecer, passaram por uma grande transformação nos últimos anos, elevando a autoestima dos porto-alegrenses. Os trechos já reformados, com atrativos e infraestrutura para esportes e lazer, fizeram a população se reconciliar com o Guaíba e tornaram a região um ponto democrático de convivência. O Cais Embarcadero qualificou a Orla com uma oferta de gastronomia variada. Espera-se que, em breve, o projeto do Cais Mauá traga novos motivos de satisfação para Porto Alegre. O empreendedorismo, o emprego e a renda vão inexoravelmente a reboque.
Assim, unem-se tendências econômicas a aspectos humanos, culturais e naturais para dar novo impulso à Capital. Além desses trunfos, merece ser ainda citada outra característica da cidade, a de hub de serviços de saúde. Os anos recentes foram pródigos na construção de complexos da área, consolidando a cidade como referência nacional em diversos tipos de atenção.
Como toda metrópole, Porto Alegre também tem mazelas a enfrentar. É preciso, por exemplo, avançar na qualidade da educação pública. Há sérios problemas na limpeza urbana e na infraestrutura viária. Persistem dificuldades, como na segurança, para dar vida ao Centro Histórico. Os emaranhados de fios nos postes não são apenas questão de poluição visual, mas também de risco de acidentes. Com a eleição municipal se aproximando, o eleitor tem neste ano nova oportunidade de cobrar propostas sérias para estes e outros temas de candidatos à prefeitura e ao Legislativo. Solucionar antigos problemas e estimular potencialidades é o caminho lógico para a Capital crescer economicamente de forma inclusiva, tornando a cidade um lugar melhor para os seus habitantes e motivo orgulho para todos os gaúchos.