Sem as restrições impostas pela pandemia nos últimos dois anos, será inaugurada no próximo sábado, em Esteio, a 45ª edição da Expointer, que se antecipa como a feira da retomada e da sustentabilidade. Retomada porque a economia gaúcha acaba de fechar o semestre com o pior desempenho econômico do país, em decorrência do abalo causado pela recente estiagem, conjugada com a escassez e a alta dos insumos por conta de fatores externos. Sustentabilidade não apenas por ser o tema predominante em um planeta ameaçado pelos desequilíbrios climáticos, mas também, e principalmente, porque os produtores rurais gaúchos estão cada vez mais comprometidos com a adoção de ações de preservação ambiental em suas atividades.
Como bem definiu o secretário da Agricultura Domingos Lopes em artigo publicado na edição de ontem deste jornal, a atual edição da nossa principal feira tende a ser um marco para o futuro do agronegócio, além de oferecer aos expositores e frequentadores boas oportunidades para negócios. Inaugurada em 1972 como Exposição Internacional de Animais, a Expointer evoluiu até chegar ao atual megaevento de tecnologia, ciência e inovação, sem abandonar sua principal vocação, que é a valorização da atividade ancestral de produzir alimentos para o ser humano.
Ao concentrar o debate da atual edição no tema da sustentabilidade, dando ênfase a experiências de plantio e de criação de animais com baixa degradação ambiental, a feira gaúcha contribui para a campanha global contra as mudanças climáticas que ameaçam a vida no planeta. Em paralelo, ajuda a buscar soluções para os problemas locais, pois a própria estiagem referida no início desse texto é apontada pelos cientistas como uma decorrência do desequilíbrio ambiental provocado pela ação humana.
Essa Expointer pós-pandemia promete ser também um evento de reafirmação da agropecuária como motor de desenvolvimento do Estado e do país
Essa Expointer pós-pandemia promete ser também um evento de reafirmação da agropecuária como motor de desenvolvimento do Estado e do país. A previsão do governo gaúcho e dos copromotores privados é reunir mais de 600 mil pessoas e movimentar mais de R$ 4 bilhões em negócios durante os nove dias da mostra. Mais de 6 mil animais foram inscritos e mais de cem empresas reservaram espaço para expor máquinas agrícolas e inovações tecnológicas voltadas ao segmento. Só o Pavilhão da Agricultura Familiar contará neste ano com a participação de 337 empreendimentos de 166 municípios, sendo 160 do Rio Grande do Sul. Entre os empreendimentos previstos, há 268 agroindústrias, 52 de artesanato e 17 de flores, plantas e mudas – 95 desses comandados por jovens e 66 por mulheres. A diversidade está, portanto, bem contemplada.
Para preparar o cenário do grande evento que ocupa uma área de 141 hectares do parque Assis Brasil, em Esteio, está em atividade um verdadeiro exército de trabalhadores, estimado em 30 mil pessoas. Esses números demonstram porque a feira gaúcha é considerada a maior vitrine da agropecuária do sul do país e uma das mais atraentes da América Latina.