Espinha dorsal da economia gaúcha, tanto pela participação no PIB quanto pela imensa capilaridade, o agronegócio celebra a volta da Expointer presencial. Ainda não a pleno, é verdade, mas o regresso do público e o número de animais inscritos retornando a níveis considerados normais são uma nova injeção de ânimo para um setor que, a despeito da pandemia, se manteve incansável em jornadas de sol a sol para levar alimentos à mesa dos brasileiros e mais uma vez ser decisivo para os superávits comerciais do país. Marcada para os dias 4 a 12 deste mês, a tradicional exposição agropecuária de Esteio, no Parque de Exposições Assis Brasil, ressurge em sua 44ª edição com vigor renovado para ser uma vez mais a grande vitrine da melhor genética, da inovação, da tecnologia das máquinas e centro nervoso de discussões e debates em torno de temas centrais para o campo.
Muito mais importante do que qualquer número de negociação, portanto, é a mensagem de resiliência que brota do campo
Devido à crise sanitária, no ano passado a Expointer foi essencialmente virtual, mas não deixou de ser realizada, graças ao esforço da Secretaria da Agricultura, de entidades e expositores. Assim, a despeito de todos os contratempos, não foi deixado um vazio no calendário de um dos mais tradicionais eventos do gênero na América Latina. Agora, com o avanço da vacinação contra a covid-19, a quantidade de visitantes será limitada a 15 mil pessoas por dia, sem contar as demais que estão envolvidas profissionalmente na mostra. Decidiu-se, corretamente, fazer as vendas de ingressos apenas pela internet, sem bilheterias físicas. Há uma série de protocolos que serão observados, como testes negativos para quem estiver trabalhando, uso obrigatório de máscaras, lavatórios e totens com álcool gel espalhados pelo parque, planejamento que certamente deve servir de modelo para a temporada de feiras de primavera que se aproxima no Estado.
Ainda não é desta vez que será revivido por inteiro o caráter festivo e de maior integração entre o público urbano e o mundo do campo, mas o saldo tende a ser positivo exatamente por esse sentimento de retomada, à espera de que, a partir de 2022, seja possível reeditar o clima que marca a história da mostra. A final do Freio de Ouro, por exemplo, uma consolidada atração no primeiro fim de semana da exposição de Esteio, desta vez não será realizada durante a Expointer. Mas o pavilhão da agricultura familiar, outro sucesso de visitação, está de volta.
O agronegócio é um segmento acostumado a enfrentar obstáculos e superar adversidades de toda ordem, do clima incerto a oscilações bruscas de mercado. Neste ano, ao contrário de 2020, quando o Estado foi castigado por uma seca severa, a safra de verão, especialmente de soja, foi abundante. Os preços, o que inclui o setor de proteína animal, estão remuneradores, a despeito da alta de custos. E o Rio Grande do Sul celebra o novo status internacional de livre de febre aftosa sem vacinação. Muito mais importante do que qualquer número de negociação, portanto, é a mensagem de resiliência que brota do campo.