É altamente positiva a notícia de que três dos principais setores da economia gaúcha consolidaram crescimento no primeiro semestre de 2021. Os dados divulgados pelo IBGE na semana passada podem ser interpretados de várias formas. Apesar disso, há um consenso estabelecido entre os analistas: o avanço da vacinação é um fator fundamental na construção desse cenário animador e que aponta um final de ano ainda mais luminoso para o Rio Grande do Sul, um dos líderes no ranking nacional da imunização.
Para que a tendência se afirme, porém, é preciso encarar importantes desafios que se constituem em pré-requisitos da geração de riqueza, de empregos e de oportunidades
Mesmo que o salto de 20,9% da indústria, de 7,5% dos serviços e de 3,4% do comércio gaúchos na primeira metade do ano tenham sido construídos sob a base deprimida de 2020, os sinais são positivos. Para que a tendência se afirme, porém, é preciso encarar importantes desafios que se constituem em pré-requisitos da geração de riqueza, de empregos e de oportunidades. Além da intensificação da aplicação de vacinas, o controle da inflação e a preservação da estabilidade política precisam de constante atenção e de união de todos os brasileiros.
Observa-se hoje, em Brasília, um tensionamento das relações, não apenas institucionais, mais também entre os líderes de um processo político que deveria, em nome dos reais interesses do país, ser pautado pelo respeito e pela serenidade.
Nesse ponto, o Rio Grande do Sul também se destaca. Apesar dos problemas e das tensões geradas pela pandemia e pela natural disputa política em um ambiente pré-eleitoral, o Estado vem conseguindo manter um bom clima de diálogo entre Executivo, Legislativo e Judiciário, bem como nas interlocuções dos poderes com segmentos representativos de todo o tecido social.
Merece destaque também o espírito inovador dos empreendedores gaúchos, que vêm enfrentando inúmeras e gigantescas dificuldades para navegar nos mares bravios da pandemia. Sem a coragem a capacidade de pensar o longo prazo, mesmo com tantas pressões imediatas, certamente esse crescimento não teria sido tão expressivo.
Nesse mesmo contexto de esperança, é fundamental destacar que o avanço da vacinação, depois de hesitações inaceitáveis por parte do governo federal, não é suficiente por si só. Se, finalmente, as autoridades estão cumprindo com o seu papel, cabe agora a cada cidadão fazer a sua parte, acorrendo aos locais de vacinação das datas certas.
Os dados de crescimento da economia gaúcha têm o inegável efeito de comprovar, mais uma vez, que o Estado possui recursos humanos e capacidade técnica suficientes para, com base em elementos reais e concretos, projetar tempos de mais crescimento coletivo e para cada um dos seus habitantes.