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A Suprema Corte brasileira ocupa novamente um espaço desproporcional no debate público nacional. Desta vez, os holofotes voltados para Brasília se acenderam ainda com mais intensidade depois da decisão de anular as condenações do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no âmbito da Operação Lava-Jato, após quase cinco anos da denúncia e de uma série de análises feitas pelo próprio Supremo Tribunal Federal (STF). Com a decisão monocrática do ministro Edson Fachin, uma série de incertezas se apresenta à nação. Temas como prescrição, destino dos bilhões de reais recuperados de desvios e efeitos em outras condenações de políticos comprovadamente corruptos são apenas algumas delas. Nas democracias consolidadas, a Suprema Corte é fator imprescindível de estabilidade. Suas decisões devem, para tanto, ser claras e contemplar interpretações, sempre à luz da lei e da Justiça, relacionadas aos preceitos constitucionais. Não no Brasil, onde o protagonismo exagerado dos ministros empurra a mais alta instância do país na direção do pântano da política corriqueira, baseada em interesses imediatos.
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