Lançado oficialmente há cerca de um mês, o movimento Unidos pela Vacina começa agora a atuar de forma mais efetiva no Rio Grande do Sul. De caráter apartidário, a iniciativa une e mobiliza empresários, profissionais liberais, líderes sociais e entidades e se propõe a meritória tarefa de atuar na ponta, diretamente com os municípios, para verificar e sanar eventuais carências locais que possam prejudicar o ritmo de vacinação, quando o país contar com um volume adequado de imunizantes. Trata-se de um exemplo de como a sociedade organizada pode fazer a sua parte para acelerar a superação da crise sanitária e econômica, conjugando esforços com o poder público. A pandemia do novo coronavírus é, sem dúvida, o maior desafio vivido em várias gerações e, para vencê-lo, é preciso canalizar toda a energia disponível na mesma direção.
Movimento traz para o RS uma notável contribuição para deixar a rede de saúde preparada para a chegada dos imunizantes
No Estado, o Unidos pela Vacina vai contar com uma bem-vinda articulação entre a Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs), o Instituto Cultural Floresta (ICF) e a Associação Gaúcha de Emissoras de Rádio e Televisão (Agert), além de empresários e executivos que se voluntariaram para se juntar a essa nobre missão. O objetivo é ter o mais rapidamente possível um diagnóstico dos municípios quanto a questões como logística, transporte e disponibilidade de insumos para a aplicação das doses. Essa fase terá à frente a Famurs e o Grupo Mulheres do Brasil, nacionalmente liderado pela empresária Luiza Trajano, presidente do Conselho de Administração da varejista Magazine Luiza. Se conseguir ter em mãos esse raio X até o final de março, como se propõe, será uma contribuição decisiva para que os gargalos sejam contornados.
Tão importante quanto dispor de um mapa das carências será, em um segundo momento, organizar uma rede de apoiadores para mitigar as fragilidades identificadas. Nesta segunda etapa, será decisiva a atuação do Instituto Floresta, que já tem um trabalho reconhecido no auxílio ao aparelhamento das forças de segurança no Estado e, no ano passado, também contribuiu para repassar respiradores para hospitais. Outra ação de extrema relevância é amplificar informações corretas sobre a importância da vacinação e, nesta parte, é crucial a contribuição da Agert, que conta um grande número de emissoras associadas espalhadas pelo território gaúcho. Esta é também uma responsabilidade dos veículos do Grupo RBS, que desde a primeira hora aderiu ao movimento.
O Unidos pela Vacina, desta forma, traz para o Rio Grande do Sul uma notável contribuição para deixar a rede de saúde preparada para a chegada dos imunizantes. O desenvolvimento de vacinas em tempo recorde foi um triunfo da ciência e a aplicação em massa representa a única saída sustentável para vencer a pandemia, salvando vidas e permitindo o retorno seguro ao trabalho. O Estado e o país passam pelo momento mais angustiante da atual crise, com hospitais saturados e mortes em quantidades crescentes. A esperança de uma reversão duradoura deste quadro depende de assegurar mais doses, com a maior celeridade possível. Espera-se, agora, que o governo federal concretize rapidamente a promessa de fechar contratos com mais laboratórios, para o país não ficar atrás na corrida global para deter o vírus.