Por João Doria, governador do Estado de São Paulo
A pandemia de covid-19 gera temor, mortes e chacoalha verdades estabelecidas. Entendo que haja discordâncias, mas enfrentamos o coronavírus com medicina e ciência. O isolamento social é a única forma de evitar a explosão mortífera do contágio.
Em quarentena, ganhamos tempo para preparar hospitais, produzir testes, preparar amparo aos mais vulneráveis e também rearranjar a atividade econômica.
Governos responsáveis estabelecem prioridades e ações, não politizam o vírus em meio à maior crise em mais de um século. Em São Paulo, teremos quarentena até dia 10 de maio.
Em boa parte do Brasil, porém, vivemos um paradoxo: o acerto de medidas de governadores e prefeitos, que pouparam milhares de vidas até agora, e os que minimizaram a doença. Houvesse pilhas de corpos, os que hoje se queixam estariam em silêncio.
Muitos desperdiçam tempo com manifestações irresponsáveis e promoção de ódio. Fere a lógica imaginarmos que alguns tentam fazer comício em velórios. A pandemia confinou 4,5 bilhões de pessoas em 110 países. Superlota hospitais, ameaça médicos e enfermeiros. O que ainda é preciso para reconhecer tamanho poder destruidor?
Até que surja uma vacina ou remédio eficaz, o coronavírus será parte do cotidiano. São Paulo preparou sua estrutura de saúde com compra de equipamentos, criação de leitos, contratação de profissionais e hospitais de campanha.
Também está em curso a doação de 4 milhões de cestas básicas reforçadas com produtos de higiene para atender aos mais carentes. A ação solidária é resultado de doações de quase 90 empresas.
O Estado fornece ajuda financeira para mais de 700 mil alunos em situação de extrema pobreza. Negociamos com empresas de água, luz e gás a carência de 90 dias para famílias de baixa renda.
Quanto maior for nossa disciplina e respeito ao próximo, mais eficiente será a retomada gradual da economia.
A quarentena é uma etapa imprescindível para que São Paulo, e o Brasil, vençam o maior desafio da sua história. Temos de nos guiar pela ciência, pela inovação e pela solidariedade. Essa é a tarefa de quem não tem tempo a perder. Nem medo do que fazer.