Por Marco Feliciano, deputado Federal, vice-líder do Governo Bolsonaro no Congresso Nacional, pastor Evangélico
Só a ignorância pode explicar o fato da esquerda se sublevar contra a proposta do governo Bolsonaro de adotar – como um dos vários programas de educação sexual – a conscientização de jovens sobre as consequências do início de uma vida sexual precoce. Explico.
Em primeiro lugar, a esquerda ignora que nem todos pensam como ela, e que da mesma forma que existe política pública destinada aos jovens que desejam ter um estilo de vida hedonista (baseada em métodos contraceptivos), deve igualmente haver política pública para os jovens que pretendem esperar o momento mais adequado para iniciar sua vida sexual (baseada na abstinência sexual). E não se diga que não existem jovens interessados no tema: as redes sociais do movimento “Eu Escolhi Esperar” (www.euescolhiesperar.com) somam mais de 5 milhões de seguidores.
Em segundo, ignoram que há estudos científicos aptos a lastrear tal programa. Publicado na edição nº 36 do Journal of Adolescent Healthe e intitulado “Adolescent pregnancy prevention: An abstinence-centered randomized controlled intervention in a Chilean public high school”, um estudo analisou mais de mil adolescentes do ensino médio em Santiago do Chile por 4 anos. O resultado foi que a taxa de gravidez na adolescência das jovens que tiveram educação sexual “baseada em contracepção” foi de 5%, e no grupo daquelas que foram orientadas pelo “programa de abstinência”, baseado na responsabilidade e na educação afetiva, foi de apenas 1 %.
Por fim, ignoram que aquilo que chamam obra do obscurantismo conservador, está escrito na Ética à Nicômano, obra fundante do pensamento humano, de autoria de Aristóteles. O filósofo grego prega a virtude moral e a autocontenção adquirida pelo hábito (práxis), a qual tem a função de educar as paixões do ser humano, para proporcionar-lhe um caráter que deseja o bem e obedece à razão, com vistas à felicidade.
Como se vê, a ignorância é a mãe do preconceito. Contra isso, temos a arma da razão. Razão que nos lembra que não somos meros animais que copulam. Somos seres transcendentes. Temos sentimentos. Despertamos afeto. Sentimos amor. Por isso tudo, somos eternamente responsáveis.