Por Ricardo Felizzola, CEO do Grupo PARIT S/A
A busca de uma eventual igualdade entre as pessoas é o centro de toda a discussão para criar justificativas políticas para as ideias socialistas que provocaram tantos fracassos históricos no processo civilizatório da humanidade. A preocupação com os efeitos do capitalismo e da meritocracia, os elementos provocadores de diferenças entre as pessoas, leva muita gente a pregar que "alguém" tem de controlar isto e lutar contra estas diferenças e tentar mesmo que artificialmente, por intervenção, eliminar estes desníveis.
A primeira iniciativa histórica imaginada e colocada em prática foi acabar com o capitalismo em alguns países e criar sociedades planejadas onde o Estado pudesse cumprir a função de tornar as pessoas mais iguais. Uma utopia onde não haveria diferenças sociais. Foram fracassos em cima de fracassos: União Soviética, China Maoísta e as ainda os insistentes da atualidade onde se encontram Cuba, Coreia do Norte e a extemporânea experiência da Venezuela.
As frustradas experiências econômicas de intervenção total do Estado no decorrer do fim do século passado teve como contraponto o liberalismo econômico de países como Estados Unidos, Inglaterra e outros europeus alem dos tigres asiáticos capitaneados por Cingapura, Japão, Coreia do Sul para citar apenas os principais. A própria China dá uma guinada histórica mudando seu modelo econômico adotando o capitalismo e uma forte meritocracia em seus sistemas políticos. Todos foram responsáveis nestes últimos tempos pelo progresso da humanidade enquanto a escuridão e o atraso sobraram para os preocupados de, em nome da igualdade, cercear as liberdades individuais.
Os motes naturais de criação da riqueza são liberdade individual e o ambiente econômico propício. Isto significa capacitar a sociedade a ter capacidade intelectual de processar conhecimento complexo e estimular iniciativas econômicas através da criação de empresas e o estabelecimento de organismos onde pessoas vão trabalhar no sentido de prosperidade comum. O mérito vai diferenciar as pessoas e isto é o melhor para todos. O Estado deve ser simples e atender os processos fundamentais para o bem comum deixando a economia para o setor privado. A dose de Estado deve ser a mínima necessária para permitir a base social para um desenvolvimento inteligente, há modelos de sucesso no mundo. No Brasil estamos vivendo uma transformação neste sentido e ainda com uma carga enorme do passado por uma falta histórica de uma condução estimulada por estas ideias. A meta da igualdade não se sustenta e não se alinha com o processo de desenvolvimento econômico que a humanidade persegue.