Por Carlos Alberto Hundertmarker, servidor público com MBA em Gerenciamento de Projetos – FGV RS
É muito comum vermos reportagens que evidenciam a criatividade do povo brasileiro para se reinventar diante das dificuldades financeiras. Em um país marcado pela corrupção e crises econômicas, o empreendedorismo circunstancial é cada vez mais comum. Por outro lado, também é recorrente e expressivo o número de micro e pequenas empresas que não conseguem sobreviver aos primeiros anos de atividade.
Estudos da Entrepreneurship Education at School in Europe National Strategies, Curricula and Learning Outcomes (Educação para o Empreendedorismo na Escola na Europa – Estratégias Nacionais, Currículo e Resultados de Aprendizagem), publicados pela Eurydice em parceria com a Comissão Europeia, mostram as melhores práticas observadas em 31 países europeus. Essa pesquisa integra a estratégia Europa 2020, que promove o empreendedorismo como fator-chave da competitividade e visa inseri-lo em todos os níveis de educação e treinamento. Esses países reconhecem com legitimidade a importância do empreendedorismo como abordagem interdisciplinar.
No Brasil, também existem iniciativas de sucesso. Recordo-me de uma missão que participei a São Roque de Minas, interior de Minas Gerais, promovida pelo Sebrae Nacional, na qual crianças de oito a 10 anos falavam em cooperativismo, associativismo, planejamento estratégico e fluxo de caixa, demonstrando grande interesse e domínio sobre a temática do empreendedorismo.
Diante disso, reforço a pergunta: por que não nos espelhamos nessas práticas para potencializar a força empreendedora do nosso país por meio da educação? E é por isso que me encho de orgulho com a recente aprovação do projeto de lei número 94/2019, de proposição do deputado estadual Fabio Branco, na Assembleia Legislativa do RS, projeto com o qual cooperei na sua construção junto ao Sebrae-RS. Esse PL institui a disciplina de Empreendedorismo e Inovação no currículo das escolas públicas estaduais.
Não tenhamos dúvidas: o empreendedorismo é um dos fatores de transformação de um povo. Precisamos cada vez mais propagar o potencial empreendedor e criativo de nossos jovens.