Por Manoel Soares, comunicador
Quando uma mulher alcança um cargo de liderança em um ambiente onde os homens são a maioria, é comum que ela precise escolher entre dois caminhos. Ou assume o papel de mãe de todos como cuidadora, e eles começam a respeitar e a seguir suas ordens por conta desse papel social já incorporado ao imaginário masculino, ou acaba tendo que se masculinizar para mostrar que ela não é menos rígida nas orientações.
Em ambos os casos as mulheres não podem ser simplesmente boas chefes como qualquer pessoa normal. Essa realidade silenciosa acontece há séculos e muitas mulheres acabam por sabotar suas evoluções para não ter que lidar com esses desdobramentos do machismo. Ter que explicar a toda hora que ela é a chefe e que merece ser respeitada e obedecida é uma chatice. Qualquer atitude mais enérgica é confundida com TPM ou outra variação hormonal. No caso dos homens, é o macho alfa exigindo respeito.
Saber que somos machistas inconscientes é o primeiro passo para desintoxicarmos nossas ações. Não falo isso por achar que nós homens podemos ser seres evoluídos e sensíveis à pauta feminista, até porque sei que a maioria de nós não está preparada para deixar o privilégio de ser o ''senhor'' de todas as vontades, mas por entender que o reposicionamento de mulheres nas empresas não é evitável: hoje elas respondem por cargos de gerência e chefia em grandes empresas pelo mundo e já estão priorizando profissionais que respeitem suas lideranças.
Assim como os dinossauros foram extintos por não evoluírem, os homens que insistem em ver mulheres como seres inferiores que eles podem passar a perna, estão condenados a ficar fora do mercado. Óbvio que o ideal era que os homens fossem tocados por um processo de tomada de consciência e compreensão de um mundo onde a igualdade de gênero fosse algo natural, mas sabemos que não é assim. Alguns vão aprender pela dor, seu machismo fará faltar comida no prato de seus filhos e quem sabe essa dor lhes convença de que respeitar sua chefe é a decisão mais sábia e profissional que tomou.
O respeito à mulher não está na mesa de negociação, agora é um pré-requisito para colocação profissional. Dar o devido respeito às mulheres chefes é inegociável para subir na máquina de uma empresa. A proposta feita aos homens é simples: ou dá ou desce.