Por Luiz Antonio Nasi, superintendente médico do Hospital Moinhos de Vento
A medicina do futuro passa por uma reflexão necessária a toda a classe que, no próximo dia 18 de outubro, comemora o Dia do Médico. O tema é desafiador em tempos de crescimento tecnológico. Como conciliar a essência das relações humanas oriundas da medicina tradicional com a medicina computacional, com diagnósticos mais rápidos e precisos?
A dermatologia, por exemplo, já sofre esse desafio, onde o rastreamento de manchas e sinais da pele através de um scanner fotográfico baseado em inteligência artificial é capaz de equiparar-se a um dermatologista experiente com anos de profissão. Podemos citar outras áreas, como a oftalmologia a radiologia e a própria cirurgia, que através da viagem das imagens podem conectar médicos e pacientes em cidades ou países distantes. No Canadá, atualmente, a cirurgia robótica já consegue realizar a retirada da vesícula, do apêndice ou corrigir hérnias inguinais com médicos e pacientes separados por quilômetros de distância.
É impossível prever o cenário médico das próximas décadas, considerando o avanço da medicina de precisão. O caminho também passa por uma medicina cada vez mais personalizada, onde a melhor opção terapêutica deve ser individualizada. Aí entra aquilo que sempre foi e será o grande compromisso médico: aproveitar-se do que a medicina passada e futura tem para mudar a história daquela doença naquele indivíduo.
O consenso e o bom senso serão sempre indispensáveis na prática médica. É isso que os pacientes esperam de nós. Robôs não confortam o medo e a tristeza. Compaixão e dedicação sempre serão requisitos vitais do ato médico e do encanto da profissão. Por isso, na semana em que celebramos o Dia do Médico, a mensagem é de otimismo e esperança para que todas áreas do conhecimento científico mais do que nunca estejam unidas para nos tornarmos longevos e saudáveis. O médico será sempre o elo disso tudo, construtor da esperança, a essência da medicina.