Por Márcio Carvalho, arquiteto
O papel do arquiteto, do urbanista, do projetista, das construtoras e das urbanizadoras deve ser o de pensar espaços que conversem de forma positiva e propositiva com o entorno, que respeitem a escala humana, que valorizem a realização da arquitetura com a cidade e da arquitetura com a pessoa.
Uma arquitetura com significado, que resgate o comprometimento ético e estético do interventor urbano para com a paisagem já existente, que seja um legado para as próximas gerações. Inspiração para um novo estilo de vida, contemporâneo e cosmopolita.
É preciso unir esforços, compartilhar ideias, conhecimento, experiências e projetar juntos construções responsáveis. Escolhas harmônicas com mais propósito, na linha do silêncio, da calma e da contemplação, que integrem e não destoem. Edifícios sem pretensões de serem ícones ou espetáculos arquitetônicos, apenas bons vizinhos.
O foco é a cidade. Uma Porto Alegre para os porto-alegrenses. Uma colaboração com o urbano.
Vivemos na época do compartilhamento, da troca, da conexão. E por que não unir talentos e ideias para uma mudança de qualificação do lugar em que escolhemos morar? Um movimento em busca de uma nova paisagem, olhando para o futuro, mas respeitando o passado. A iniciativa privada engajada pode redesenhar uma cidade para as pessoas, inspirada no novo urbanismo.
A soma de muitas vontades e também da nossa responsabilidade com uma Porto Alegre de todos nós. Mais do que arquitetos, somos cidadãos. Mais do que edifícios, projetamos a paisagem construída da nossa capital dos gaúchos.
Mentes, marcas, crenças, repertórios e diferenças dialogando em um processo de colaboração e cocriação. Um caminho trilhado com seriedade, compromisso por uma vida urbana cada vez mais humana.