Por Rodger Augusto, diretor da Roda-Gigante Brasil, uma divisão da Coney Island
Cresci em meio às atrações de parques de diversão, que é um negócio passado de geração em geração. As rodas-gigantes estiveram no contexto da empresa Coney Island Brasil desde sua criação em 1940, pelo meu tio-avô. Comecei a trabalhar lá em 1987, sob direção do meu pai, e sempre observei o fascínio das pessoas com a atração. Em 2014, quando trouxemos o novo modelo de 30 metros de altura, autotransportável, vi esse fascínio aumentar ainda mais, afinal, ela é uma diversão inclusiva, com grande abrangência de público. Diverte de bebês a idosos, cadeirantes e, recentemente, até pets, proporcionando um espetáculo visual.
Esse, inclusive, é um dos principais pontos para a implantação de uma roda-gigante fixa: a vista. É preciso ter algo interessante para as pessoas contemplarem, uma paisagem, um parque público, o pôr do sol, um amanhecer interessante. Junto a isso, o local de instalação precisa ser de fácil acesso, seguro e tradicional e ter uma infraestrutura para suportar o equipamento e também receber seus visitantes.
Já no modelo autotransportável, a vantagem é participar de eventos sazonais e até mesmo como experiência para a posterior implantação de uma roda-gigante fixa. Em Porto Alegre, às margens do lago Guaíba, acredito que seria muito bem-sucedida e bem-aceita, pois a cidade não tem nada parecido.
Para que uma atração como essa seja implantada, o melhor caminho é adquirir um equipamento de qualidade indubitável, com uma empresa de renome e tradicional, o que diminui bastante os custos com a manutenção, pois há ótimos fabricantes na Europa, Estados Unidos e China. A roda-gigante exige um alto fluxo de visitantes para amortecer o custo da manutenção e ainda gerar lucro. Um equipamento de qualidade, de 80 metros, incluindo a importação, transporte, ambientação e montagem, pode demandar algo em torno de 16 milhões de euros. Com certeza, seria um equipamento que trabalharia por muitos e muitos anos sem um custo elevado de manutenção, por sua qualidade. Um local como a orla do Guaíba, cartão-postal da cidade, se beneficiaria bastante, e a população teria diversão, emoção e uma vista incrível da cidade.