Por Elisabete Monlleo Martins da Silva, jornalista
Próximo de completar 67 anos de existência, o Parque Zoológico, localizado em Sapucaia do Sul, aguarda um importante momento na sua história. O Governo do Estado lançou, recentemente, edital visando concessão de uso dessa área de conservação por um período de trinta anos, com possibilidades de prorrogação por mais tempo.
O zoológico gaúcho já foi considerado um dos mais importantes do país, em extensão da sua área e pelo significativo plantel que abriga. Ao longo do tempo, visto a falta de investimentos em infraestrutura e renovação do seu acervo faunístico, problemas vêm sendo agravados. Mesmo assim, tem procurado apresentar resultados significativos na reprodução de espécies em cativeiro e manutenção das já existentes.
Muito se discute sobre a necessidade de se manter em cativeiro animais que poderiam estar em liberdade. Mas pouco se discute qual o papel dos zoológicos nesse processo de contenção.
No passado esses espaços eram vistos apenas para exposição de animais. Hoje existem visando a preservação de espécies, muitas delas já em vias de extinção, sejam elas nativas ou exóticas. Associado a isso, os zoológicos têm um papel importante nas áreas de educação, lazer e recreação.
O melhor seria que esses animais estivessem em liberdade? Acredito que sim. Mas isso passa pela não devastação dos ambientes naturais em que esses animais se encontram, pela punição das ações predatórias dos seres humanos, pela falta de politicas públicas que visem à preservação dessas áreas.
A responsabilidade daqueles que venham a assumir os cuidados do zoo do Estado passa pela adoção de medidas sérias, com o comprometimento de zelar um importante patrimônio genético lá existente, dando continuidade ao trabalho realizado ao longo de sete décadas por uma equipe de profissionais qualificada e dedicada.
Com certeza a sociedade gaúcha saberá reconhecer e agradecer pelas iniciativas que serão empreendidas. Que chegue logo esse novo momento!