Na maré de más notícias a que o Rio Grande do Sul estava habituado por anos a fio quando se tratava de criminalidade, a redução em quase um terço no número de roubos de carros em Porto Alegre, no primeiro mês do ano, é um dos mais meritórios indicadores em muito tempo. A tendência precisa ser mantida, para que a capital dos gaúchos perca de vez o título de campeã nacional nesse tipo de crime, que se inclui entre os principais temores dos gaúchos.
Os ganhos, resultantes da comparação com igual período do ano passado, estão sendo colhidos pelo governo Eduardo Leite, mas é importante fazer justiça também ao governo José Ivo Sartori e ao ex-secretário de Segurança Pública Cezar Schirmer. Aos poucos, o responsável até dezembro pela área, que assumiu o cargo sob descrédito por parte da sociedade, foi consolidando processos e ações que começam a gerar frutos como os anunciados agora. Parte do mérito cabe também à livre iniciativa, que vem somando esforços ao setor público por meio de iniciativas como as doações de equipamentos feitas pelo Instituto Cultural Floresta.
A queda registrada agora, que se estende a outros indicadores no Estado, como homicídios e latrocínios, reafirma a importância de ações efetivas de policiamento e investigação, que tendem a significar uma redução acentuada do crime. O alento é resultante de uma combinação positiva de fatores na gestão da segurança pública. Entre as razões, estão a maior ênfase a estatísticas e a ações direcionadas por por parte das polícias civil e militar. A justificativa mais relevante para um número menor de roubo de veículos, porém, foi a disposição das autoridades de adotar iniciativas que vão à raiz do problema. Entre elas, está a Lei dos Desmanches, que começa a dar sinais de efetividade nessa área, uma das que mais preocupam a população,
A redução no total de roubo de veículos deve ser considerada um estímulo, jamais uma razão para conformismo. Esse tipo de crime é endêmico no Rio Grande do Sul. Mesmo com a substancial queda, segue em níveis alarmantes.
Agora, o novo governo tem a oportunidade de aprofundar e expandir as iniciativas no combate à violência e a responsabilidade de tirar do papel a Lei de Incentivo à Segurança. Esse é um instrumento crucial para os roubos de carros – e todos os demais crimes que apavoram a sociedade e afastam investimentos do Rio Grande do Sul – terem uma queda livre, devolvendo a paz aos gaúchos.