Por Brunna de Souza Barni, médica veterinária
Casos de maus-tratos contra animais, como o cão morto a pauladas em Osasco-SP, não surgiram nos dias de hoje, somente são divulgados com maior facilidade pelas mídias atuais.
A superpopulação de animais nas ruas é um dos principais problemas que originam estes graves casos. As políticas públicas de combate à perpetuação dos animais nas ruas envolvem diversas estratégias integradas, mas uma das principais a serem adotadas é a educação da população para promover o bem-estar dos animais.
Cães e gatos são considerados membros da família e da comunidade, entretanto a relação entre o humano e animal não veio acompanhada da devida conscientização para uma guarda responsável. A decisão de ter um animal precisa passar pelo comprometimento do tutor em assumir deveres em relação às necessidades físicas e psicológicas do animal, prevenindo assim os danos que este possa causar à sociedade. Quando há falta de instrução da população sobre o tema, nos deparamos com o abandono, a procriação descontrolada, a propagação de doenças e consequentemente com os casos de maus tratos aos animais.
Rotineiramente a Unidade de Saúde Animal Victória da Prefeitura de Porto Alegre atende casos de animais que sofreram maus-tratos, como agressões físicas (queimaduras ou traumas) ou ainda que foram negligenciados por seus tutores, que não se preocuparam em prevenir agravos em seus cães e gatos.
As legislações Federal (9.605/1998) e Municipal (694/2012) definem que situações de maus-tratos e abandono de animais são consideradas crimes. As denúncias no município de Porto Alegre podem ser feitas através do telefone 156, em qualquer Delegacia de Polícia ou na Promotoria de Justiça de Defesa do Meio Ambiente do Ministério Público do Estado.
Para evitar situações de maus tratos, nós, médicos veterinários, orientamos que os tutores planejem a aquisição do animal, fornecendo cuidados básicos como controle reprodutivo, alimento, abrigo, higiene e acompanhamento veterinário.